Renato Cajá: hora de deixar as rusgas de lado

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O futebol está cada dia mais padronizado. Com raras exceções, todos jogadores têm um estilo parecido dentro e fora de campo, culminado pela ausência de craques e ídolos que fujam apenas das estatísticas. Nem todo mundo se interessa por “gols por temporada, passe por jogo ou desarmes por minuto”.

Mas, ainda existem jogadores que mexem com a cabeça do torcedor.

Um exemplo: o Moisés Lucarelli faz mais sentido quando se tem um camisa 10 tratando a bola com carinho na Ponte Preta. Se não for Dicá, que seja Marco Aurélio, Marcelo Borges ou Piá. Que seja Renato Cajá.

Sim, ele está prestes a voltar e ainda divide muita gente. Descrever Cajá é uma tarefa muito difícil e vou recorrer a um recurso utilizado pelo companheiro Elias Aredes: as metáforas. Vejo Cajá como um filme bom. Sabe quando você está em uma roda de amigos e todos falam que aquele filme é o melhor do mundo? Pois é… Aí você vai e percebe que não passa de um filme bom.

A diferença entre a sua expectativa e a qualidade do filme não podem ser atreladas para avalia-lo. Mas isso não quer dizer que foi um fracasso. Apenas que nós exageramos. Cajá não é um craque, mas é um excelente jogador e que trata a bola do jeito que nós gostamos.

Entre se consolidar como um ídolo e ficar rico, escolheu ficar rico. É pouco condenável sua escolha, já que os desejos de carreira são individuais.

“Ele não ama a Ponte Preta”. Calma, gente. Estamos em 2017 e você ainda pensa que um jogador deve amar um clube e jogar lá por isso? Ele tem 32 anos. Ainda pode jogar em muito alto nível. Não é o fim de carreira pra abrir mão de uma baita grana e reduzir seu patamar podendo ainda assinar novos contratos. Ele tentou isso no Bahia e não deu certo. Nada demais.

É hora de deixar as rusgas desnecessárias de lado.

Se voltar será a maior atração para o Brasileirão. E muda a qualidade do meio-campo. E se isso não basta pra justificar sua contratação, fiquem com Jadson, Naldo e Lins. E viva os nossos volantes que erram pouco.

Ah, como não sou pontepretano e, portanto, não tendo nada a ver com isso concluo que Renato Cajá é o que quiser ser, desde que seja na Ponte Preta e enriquecendo a qualidade do futebol campineiro.

(análise de Júlio Nascimento)

4 Comentários

  1. Julio, o Cajá é realmente uma incógnita. Mas seus histórico é positivo e vale o esforço da diretoria. Futebol é mescla de juventude com experiência. Geralmente, o cara mais cerebral pode e deve ser mais experiente. Juventude cai bem para atacantes, laterais que carecem de velocidade e rigor físico.
    Portanto, ao meu ver, Cajá e Xuxa podem se revezar dando um toque de qualidade ao meio campo da Ponte e ainda ajudar a terminar de forjar o estilo de jogo de Ravanelli e Cassini.
    Penso que as prioridades para o BR17 agora tem que ser uns dois ou três atacantes e dispensar os que não vingaram, um lateral esquerdo pra ser titular ou brigar pela posição com Artur, um zagueiro bom.
    Claro que bons nomes para outras posições tbm são bem vindas.
    Isso é o mínimo que precisamos para fazer uma temporada de manutenção sem sustos.

  2. É um jogador que se adapta com facilidade a times que jogam no contra-ataque, pois tem bom lançamento. Quando joga em times que propõe o jogo, tem mais dificuldades, pois não consegue escapar de uma marcação mais forte.

    Mas, no balanço geral, é um bom jogador.