O dia 25 de fevereiro de 1987 ficou marcado como a data de um dos principais jogos de futebol da história. O empate por 3 a 3 entre Guarani e São Paulo pela decisão do Campeonato Brasileiro reverbera até nos dias de hoje. O vice-campeonato bugrino aconteceu porque Careca, um centroavante revelado pelo próprio clube, decretou o empate aos 14min do segundo tempo da prorrogação.
Anteriormente, um ritmo alucinante de gols e emoções. O lateral-esquerdo Nelsinho fez gol contra aos 02 minutos; Bernardo deixou tudo igual aos 09min; na prorrogação, Pita cravou logo no primeiro minuto, Boiadeiro balançou a rede aos 07min e o gosto do segundo titulo bugrino ficou latente quando João Paulo fez aos 03min do segundo tempo do tempo extra. Após o gol de Careca, a decisão por pênaltis produziu a vitória do Tricolor paulista por 4 a 3.
O que poucos não se recordam é a marca deixada por aquele Guarani treinado por Carlos Gainete e que tinha Pedro Pires de Toledo como preparador físico. Um elenco montado ás pressas após o fracasso no Campeonato Paulista de 1986 vencido pela Internacional de Limeira.
O saldo no Brasileirão foi marcante: 21 vitórias, 11 empates e apenas duas derrotas para Atlético-GO e Goiás. Na época, eram creditados dois pontos aos vencedores e o Guarani somou 53 pontos enquanto o São Paulo ficou com 47. Evair ficou um gol atrás de Careca e teve 24 gols anotados. Além disso, colaborou para o Alviverde cravar 59 gols e ficar três gols atrás do São Paulo, campeão no quesito.
O Guarani vice-campeão brasileiro de 1986 também teve apenas três jogadores expulsos, no caso Barbieri, Tosin e João Paulo. Uma lesão no joelho deixou Barbieri excluído em boa parte do campeonato e abriu espaço para o aproveitamento de Tite, na ocasião segundo volante e na atualidade técnico da Seleção Brasileira. É por esses e outros fatores que, no fundo, a decisão de 1986 nunca terminou para a torcida bugrina.
(texto e pesquisa: Elias Aredes Junior)
FICHA DO JOGO
GUARANI – Sérgio Neri, Marco Antônio, Ricardo Rocha, Valdir Carioca e Zé Mário; Tosin, Tite (Vagner) e Boiadeiro; Catatau, Evair e João Paulo. Técnico: Carlos Gainete Filho.
SÃO PAULO – Gilmar, Fonseca, Wagner Basílio, Darío Pereyra e Nelsinho; Bernardo, Silas (Manu) e Pita; Müller, Careca e Sidnei (Rômulo). Técnico: Pepe.
Gols: Nelsinho (contra) aos 02min e Bernardo aos 09min do primeiro tempo; Pita a 01min e Boiadeiro a 07min do primeiro tempo da prorrogação; João Paulo aos 03min e Careca aos 14min do segundo tempo da prorrogação.
Renda: Cz$ 4.221.300,00
Público: 37370
Cartão Vermelho: Vagner
Juiz: José de Assis Aragão
Local: Estádio Brinco de Ouro da Princesa
Decisão por pênaltis: Guarani 3 (Tosin, Valdir Carioca e Evair) x São Paulo 4 (Dário Pereyra, Rômulo, Fonseca e Wagner Basílio)
Que saudades!!! É uma pena que a incompetência de muitos homens, tomados pela sede do egoísmo, apequenou o Guarani.