Reunião na Federação Paulista comprova que ninguém quer assumir a batata quente

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Nos programas de auditório, existe uma brincadeira clássica: o balão vai enchendo e uma pessoa para o artefato para a pessoa que está ao lado após responder uma pergunta. Se não souber responder ele tem que ficar com o brinquedo até acertar a resposta.

Ou ver o balão explodir na sua mão. Pois foi essa sensação que tive ao verificar a solução da videoconferência realizada na tarde desta quarta-feira entre os clubes e integrantes da Federação Paulista de Futebol.

Para ser mais exato, ficou definido o indicativo de retorno às atividades no dia 15 de junho, data prevista para que sejam realizadas as testagens de atletas, comissões e funcionários que trabalharão em acordo com protocolo da CBF e das próprias equipes.

É um primeiro passo. No entanto, cada time deverá reunir-se com a prefeitura do próprio município para obter o aval do governo municipal, sem o qual nada poderá ser realizado. Ou seja, tudo terá que ser feito com o aval da CBF.

Se a autorização for concedida, os testes serão feitos a partir do dia 15. No caso do Guarani, uma segunda rodada de testes será definida, já que uma primeira testagem foi realizada na terça-feira. Agora, vamos ao que interessa: quando retorna o futebol? Não vai voltar? Fica do jeito que está? Ninguém sabe, ninguém viu.

No fundo, tanto o presidente da Federação Paulista de Futebol como o próprio governador do estado de São Paulo, João Dória, querem o retorno da bola nos gramados. Duro é constatar dois problemas. O primeiro é a taxa de contaminação cada vez mais crescente no estado. É impossível acreditar que ocorra uma queda mesmo na capital diante da esacabrosa subnotificação.

Mais: os jogadores, comissões técnicas serão controlados por testagem. E os parentes? Quem garante que todos cumprem a quarentena? E se por acaso algum parente for contaminado? O jogador estará resguardado? E se for detectado o vírus às vésperas de um grande jogo? As idas e vindas de São Paulo e o cabo de guerra no Rio de Janeiro refletem apenas um país bagunçado durante a pior pandemia dos últimos 100 anos. Solução definitiva? Reze. É a melhor saída.

(Elias Aredes Junior)