Sobre Ponte Preta, reforços e sua luta contra o tempo

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Erro ou omissão? Dificuldade de negociação ou produção de agonia desnecessária? Falta de recursos para competir com os gigantes? Perguntas como estas norteiam a mente dos torcedores da Ponte Preta desde o final do ano passado.

As arquibancadas e vitalícias assistem a um desmanche, iniciado pela comissão técnica com a transferência de Eduardo Baptista ao Palmeiras e o desligamento de jogadores da categoria de Felipe Azevedo, Rhayner e a ameaça de saída de William Pottker ao Botafogo.

Pior do que a sensação de orfandade é a aparente ausência de iniciativa para reposição. A última contratação anunciada oficialmente foi a Ramon, oriundo do Brasil de Pelotas no dia 01º de dezembro e na quinta-feira com o desembarque do zagueiro Marlon para exames médicos. Mais de 30 dias sem noticias ou reforços.

Antes, um esclarecimento: a Ponte Preta foi prejudicada sim pela mudança de conjuntura no mercado. Com o país em recessão e com encolhimento do PIB (3,5% de queda em 2016) os clubes grandes redirecionaram as suas contratações e passaram a investir no filão voltado aos concorrentes médios e pequenos.

Uma prova disso é a aquisição de Paulo Roberto, um volante de capacidade limitada, para atuar no Corinthians em 2017. Se a economia estivesse em crescimento e o Corinthians com as contas em dia dificilmente o atleta passaria na porta do Parque São Jorge. Só que falamos de um quadro de emergência. E nesta hora quem paga o pato são emergentes, excetuando-se a Chapecoense, agraciada com a boa vontade de algumas agremiações.

Só que tal cenário não pode esconder algumas falhas de planejamento da Macaca. Assim como o zagueiro Marlon, do Atlético-GO, não existe nenhuma outra revelação da segundona que poderia ser monitorada e analisada? A Copa Paulista e outras competições espalhadas pelo Brasil não tem nenhum jogador que poderia ser arregimentado?

A verdade é crua: a Ponte Preta corre contra o relógio. Não adianta Vanderlei Pereira defender (com  razão) a responsabilidade financeira. O torcedor hoje é antes de tudo consumidor e quer ver um serviço prestado com qualidade.

Na sua mente, hoje a Macaca é um restaurante que perdeu todos os seus garçons para um estabelecimento que paga melhor e cujo dono acredita de que pode prestar o mesmo serviço com um quadro menor e de talento mais limitado. A lógica não permite considerar como crível tal doideira.

Um pacotão de reforços pode chegar? Luis Fabiano pode virar a salvação da lavoura? Com certeza. Duro constatar é que o silêncio reinante na atualidade continuará fazendo barulho por muito tempo.

(análise feita por Elias Aredes Junior)