Torcedores defendem Sérgio Carnielli e acham só ele pode sustentar a excelência na Ponte Preta. Mediocridade mudou de nome…

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Basta você percorrer grupos de discussão de torcedores da Ponte Preta nas redes sociais para aparecerem vários defensores da continuidade do atual grupo político no poder.

Dois argumentos ficam em pauta: o primeiro é que somente Sérgio Carnielli tem condições de assegurar a continuidade da instituição. O segundo fator é que não há garantia nenhuma de que um novo ocupante do poder poderá trazer novos dividendos e uma mudança de patamar.

Este portal já cobrou planos e ideias de pessoas que querem mudar os destinos da Macaca. A função do jornalismo é esta: exigir excelência de quem está no poder e de quem tem expectativa de poder.

Só que para esses torcedores defensores da manutenção do atual estado de coisas o papo é diferente. Por que? Simples: eles se portam de maneira hipócrita. Querem que um cozinheiro assuma o restaurante e sirva salmão grelhado ou caviar quando nunca reclamaram do chef anterior que fazia um arroz, feijão e ovo frito sem tempero. Isso quando a comida está com prazo de validade vencido.

Que ninguém venha refutar ou negar. Temos os fatos para comprovar. O atual grupo político tem três rebaixamentos nas costas. O primeiro em 2006, o segundo em 2013 e o terceiro em 2017. Já se passaram 26 anos e até hoje a Macaca não tem um Centro de Treinamento moderno e nem uma estrutura que se iguale aos grandes times médios do Brasil.

Não custa recordar: o Athlético-PR fomentou a sua atual estrutura em 1996, mesma época da chegada de Sérgio Carnielli ao poder. Na média, os dois deixaram os salários em dia. Quem modernizou o clube? Quem construiu um padrão de excelência para atrair jogadores de todo o Brasil? No CT do Jardim Eulina é que não foi. Infelizmente.

Não, não coloque a presença na decisão Copa Sul-Americana como padrão de sucesso. O Goiás chegou em uma final. Chapecoense também. O Furação foi além: disputou uma final de Libertadores. Enquanto tudo isso acontecia, muitos batiam palmas porque o salário estava em dia. Vibrava com a atuação da tartaruga enquanto a lebre já tinha ultrapassado a linha de chegada e já estava no pódio com troféu levantado.

Querem mais? a Ponte Preta ficou cinco edições seguidas na Série B, de 2007 a 2011. Neste ano, já vai para a terceira participação consecutiva. Só em 2014, que o acesso foi conquistado no ano subsequente ao rebaixamento. Tem certeza que isso é desempenho de altíssimo padrão? Vale a pena defender um desempenho tão irregular? Veja esse ano: excetuando-se o jogo contra o Santos no Paulistão e o ultimo dérbi, em nenhum jogo a Ponte Preta arrancou suspiros. Enquanto isso, os bastidores ferviam. Você aprova isso?

Vou além: pode acontecer de alguém tomar o poder na Ponte Preta com ideias contrárias ao de Sérgio Carnielli e fracassar. Nem assim esses torcedores tem direito de chiar, reclamar ou pedir destituição. Aceitaram a mediocridade por anos e anos. Achavam que a melhoria da infra-estrutura era coisa pequena perto dos salários em dia. Que é importante. Vital. Mas não é conquista. É obrigação.

Resumo da opera: antes de mirar o canhão para pessoas que nunca sentaram na cadeira presidencial que tal exigir competência de quem está lá e para quem dá o aval para que esse estado de fatos permaneça? Pense nisso.

(Elias Aredes Junior)