Torcida do Guarani: a mobilização não pode parar. Vai continuar em 2017?

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O borderô do estádio Brinco de Ouro registrou a presença de 12713 torcedores na vitória do Guarani sobre o ASA de Arapiraca por 3 a 0 e a consequente conquista do acesso. O maior público do ano no futebol campineiro. É um resultado próximo daquele verificado na primeira final do Campeonato Paulista de 2012, quando aproximadamente 13 mil bugrinos estiveram no Morumbi e viram a derrota para o Santos por 3 a 0. São marcas relevantes e capazes de gerar uma reflexão: como sustentar tal patamar na próxima temporada?

Qualquer torcedor bugrino deve conhecer alguém presente no estádio na decisão da terceirona e que encontrava-se afastado. Não queria mais saber do Guarani em virtude de anos e anos de vexames, fracassos, rebaixamentos e desmandos políticos. Como ostentar nas ruas uma camisa que era mais motivo de humilhação do que orgulho? Os apaixonados e os abnegados merecem homenagens porque não deixaram a chama apagar nos últimos quatro anos. Só devem constatar que o trabalho começou.

Uma conjuntura é verificar o estádio lotado em uma competição com mata-mata e com um jogo cercado de alta carga de tensão e expectativa. O torcedor paga o ingresso como se fosse algo de vida ou morte, em que não haverá saída. Ou sobe ou morre. O Guarani sentiu a primeira sensação. O Fortaleza a segunda. Pela terceira vez consecutiva.

No próximo ano, tudo vai mudar. A mobilização deverá ser constante. O Guarani enfrentará duas maratona. É verdade que a Série A-2 prevê a realização de semifinal para definir os dois eleitos para a primeira divisão mas os 19 jogos em turno único exigirão presença nas arquibancadas, especialmente no Brinco de Ouro. Posteriormente, a partir de maio, a Série B do Brasileirão com 19 partidas será a prova de fogo. O torcedor bugrino terá que se desapegar da cultura de resultados e preencher as arquibancadas independente da situação na tabela. É assim que acontece nos principais campeonatos europeus. Não deveria ser diferente no Brasil.

O modelo a ser seguido é de Bahia (13.294), Ceará (13.293) e Paysandu (8.500), clubes que sustentam a mobilização dos seus torcedores mesmo que não estejam presentes na zona de classificação da segundona. Afinal, o tricolor baiano é o sétimo colocado com 43 pontos, o Ceará está em décima também com 43 pontos e o Paysandu soma 38 pontos e na 13ª posição. Ou seja, o torcedor destas três equipes demonstram que estão preparados para o que der e vier. Que o torcedor bugrino utilize tal modelo para lotar as arquibancadas em 2017.

(análise feita por Elias Aredes Junior)