Um aviso aos jogadores pontepretanos: o que a torcida deseja do gramado é coragem

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Não há tempo para respirar. Nem de pedir arrego. Perder do Palmeiras e demonstrar uma série de falhas não concede álibi para vacilos. A Ponte Preta terá que encontrar forças excedentes para superar o Avaí, domingo, ás 19h, no estádio Moisés Lucarelli e sustentar as esperanças de sair da zona do rebaixamento.

O torcedor pontepretano já deve ter discutido e ouvido diversas teorias sobre aquilo que poderá acontecer. Que Emerson Sheik é um atleta com poder de decisão e sem o goleiro Aranha não dá para confiar em dias melhores, especialmente pela instabilidade de João Carlos.

A recuperação não passa somente por esses quesitos. São importantes, mas não decisivos. O foco deve ser centrado em uma palavra que parece fora de uso e está integrado na história da Macaca: superação. Ou seja, engajar-se no projeto, entregar-se de corpo e alma na obtenção do resultado desejado.

Vamos pegar dois exemplos: Lucca e Fernando Bob. Cada um em sua posição, já desempenharam um papel relevante para a camisa pontepretana. Não esqueça que o atacante tem 20 gols na temporada e de participação eficiente no Paulistão. Ou seja, ali existe qualidade. Assim como no volante pontepretano. Quando foi recontratado neste ano, a torcida celebrou. Porque recordou o futebol apresentado de 2013 a 2015 e a saída digna e honrosa do atleta para o Internacional.

O que aconteceu para esses dois atletas caírem em desgraça na arquibancada? Simples: eles “esqueceram” que jogam na Ponte Preta. Entram para cumprir tabela. Ou jogam apenas o necessário. Não registra o “algo a mais” tão necessário no futebol atual. Convenhamos: o processo não é recente e se tais jogadores estivessem com sangue nos olhos e com a faca nos dentes, mesmo com os erros da comissão técnica comandada por Gilson Kleina, dificilmente os resultados seriam tão pífios.

Existe uma característica comum nas duas derrotas para o Atlético-GO, a goleada sofrida diante do Bahia e o empate no turno inicial para o Avaí: a Ponte Preta sempre atuou com 100% de dedicação, quando qualquer um sabe que uma equipe com as limitações técnicas e financeiras da Macaca precisa jogar com 120%, 130% de sua capacidade física e técnica. Nos tropeços, além de desempenho ruim, a Macaca nunca entregou-se no gramado ao ponto de exibir uma dedicação capaz de produz resultados.

Em Campinas, a Macaca tem os confrontos com Avaí, Vitória, Atlético-PR, Corinthians e Grêmio. Vai atuar como visitante contra Bahia, Coritiba, Fluminense e Vasco da Gama. Se Lucca e Fernando Bob e seus companheiros exibirem nestes confrontos a superação exigida pelas arquibancadas, nem as limitações técnicas serão empecilhos para assegurar a permanência na divisão de elite. Agora, seria de bom tom estes personagens acordarem e aplicarem um conceito tão óbvio.

(análise feita por Elias Aredes Junior)

2 Comentários

  1. Ari, você capturou bem o problema da AAPP. Vou reproduzir, abaixo, um trecho do seu texto:

    “Ponte Preta sempre atuou com 100% de dedicação, quando qualquer um sabe que uma equipe com as limitações técnicas e financeiras da Macaca precisa jogar com 120%, 130% de sua capacidade física e técnica”.

    Sabe por que isso acontece? Porque, nos últimos anos, boa parte da diretoria e torcida da AAPP se viu acometida de uma síndrome de grandeza injustificada. Para se ter uma ideia, recentemente, quando o Palmeiras estava bem mal das pernas, ouvi muitos torcedores da AAPP falando que seriam a quarta-força do estado.

    E, assim, a AAPP foi achando que era a última bolacha do pacote, começou a considerar-se grande, quando, no máximo, é um time pequeno querendo ser médio. É um time que não está, ainda, no patamar de um Vitória ou Bahia, que dividem a cidade de Salvador; ou de um Sport, detentor de uma enorme torcida no maravilhoso Pernambuco.

    Falta humildade.