Uma análise para uma pergunta intrigante: por que alguns jogadores fracassam na Ponte Preta e viram protagonistas em outros clubes?

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Fatos na Ponte Preta são analisados de modo apaixonado.

Fenômenos complexos são explicados com teorias simplistas e rasas.

A moda na atualidade das redes sociais é buscar uma explicação para a ausência de êxito de alguns jogadores dentro do estádio Moisés Lucarelli. O fato ficou ainda mais evidente após Matheus Peixoto, com produção apagada no ano passado, ter desandado a marcar gols no Juventude e ser vendido ao exterior.

Ou o lateral-esquerdo Yuri, agora presente no Lugano da Suiça. Podemos citar casos mais recentes, como o do armador Matheus Vargas, com altos e baixos com a camisa da Alvinegra e agora com boa passagem no Fortaleza. O que acontece?

Não é um tema que se esgota em apenas um post. É possível delinear trajetos dentro daquilo que acontece dentro da própria Ponte Preta. Considero que três palavras são essenciais para explicar: identificação, respaldo e paciência.

O  jogador por vezes não produz por algo que transcende o futebol, que é a identificação do atleta com o clube.

É a empatia de vestir a camisa, de conviver com as pessoas, de estabelecer vínculos com funcionários e dirigentes.

Renato Cajá é exemplo perfeito. Mostrou resultados e bom futebol? Sim. Sempre gozou da simpatia da torcida da Macaca. Apesar de ter falhado ou produzido abaixo do esperado em alguns confrontos. Lembre do dérbi válido pela semifinal do Paulistão de 2012 e saberá do que falo.

Empatia é bom, desde que o respaldo seja concedido.

E aí neste quesito que tudo trava. Nos últimos anos, a Ponte Preta praticamente não formou dirigentes para cuidar do departamento de futebol profissional.

Gente capaz de detectar talentos que precisavam de uma conversa diferente ou uma abordagem que lhes fizessem exibir todo o potencial esperado. Lanço um questionamento: será que Piá teria sido o que foi com a camisa da Macaca sem a presença diária de Marco Antonio Eberlin como diretor de futebol? Tenho sérias dúvidas.

Um dirigente com capacidade de produzir respaldo gera um ativo precioso no futebol; paciência. Não é todo dia que os 90 minutos de modo esplendoroso. Ou que a adaptação a cidade e ao clube acontece de modo repentino. Sem a instituição lhe dar o conforto para a devida adaptação, não há como esperar bons frutos.

Após ler este artigo, você certamente lembrará de atletas que fracassaram na Macaca e depois explodiram em outros centros. E certamente um destes fatores foi protagonista. Como mudar o quadro? Bem, aí é tema para outro artigo.

(Elias Aredes Junior-com foto de Alvaro Junior-Pontepress)