Uma constatação: a Copa do Brasil faz falta ao Guarani

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Alguns filmes, noticiário e futebol é o cardápio oferecido pela televisão da minha casa. Antenado com os tempos modernos, não dispenso serviços on demand que fornecem seriados e filmes. Nesta quinta-feira, peguei o controle remoto e decidi abraçar a bola na rede e dois jogos pela Copa do Brasil. Os 90 minutos iniciais foram dedicados ao confronto de Coritiba x Juventude e posteriormente para Vitória x Portuguesa.

Os dois jogos tinham características em comum. Envolviam um integrante do Campeonato Brasileiro e um da Série C. Os mandantes eram do pelotão de elite do futebol nacional e precisavam da vitória para seguir em frente.

Em Curitiba, o time coxa branca não saiu do entrosamento e do esquema tático armado por Antonio Carlos Zago e não saiu de um empate por 2 a 2. No jogo de ida, o representante de Caxias já tinha vencido por 1 a 0. Em Salvador, o Vitória venceu por 3 a 1 a 1 carimbou a vaga. No final, só um pensamento veio a cabeça: o tamanho do prejuízo adquirido pelo Guarani ao encontrar-se fora da competição.

Sua última partida foi no dia 09 de abril de 2014, quando o Guarani perdeu de 2 a 1 para o Santa Rita (ES) e foi eliminado. Desde então, a queda no ranking da CBF – de 26º para 46º de 2013 a 2016 – não abriu chance para o Guarani participar. As consequências negativas são colhidas aos poucos, de maneira sorrateira e corroem uma estrada já tortuosa por natureza.

Sem participar da Copa do Brasil, o Guarani perde uma vitrine relevante. Disputar a Série A-2 ou terceirona nacional asseguram algumas transmissões por televisões aberta e por assinatura, mas longe do ideal porque servem mais para tapar a grade de programação do que para valorização do produto. Se estivesse na disputa da Copa do Brasil, o Guarani receberia um tratamento jornalistico mais digno de âmbito nacional e teria a oportunidade de defrontar-se com equipes das Séries A e B do Brasileirão, oportunidade hoje quase inviabilizada.

Tal fator geraria outro fruto saboroso: a possibilidade de conhecer o real nível técnico da equipe. Disputar jogo treino contra o Palmeiras em Atibaia é proveitoso, mas está anos luz do ideal se levarmos em conta a intensidade de de um jogo oficial.

Se o Guarani , por exemplo, jogasse contra um Coritiba ou Vitória, por exemplo, independente do resultado e da classificação ou eliminação, ao final dos 90 minutos tanto torcedores como jogadores, dirigentes e comissão técnica teriam uma noção do poder técnico e de rendimento dos jogadores contratados. Encarar equipe de divisão superior coloca você em patamar máximo e os erros e acertos aparecem com nitidez.

Escrevi tantas linhas e poderia resumir tudo em uma frase: a Copa do Brasil faz falta ao Guarani.

(análise feita por Elias Aredes Junior)