Uma lembrança ao novo prefeito de Campinas, Dário Saadi: o dérbi é um patrimônio da cidade. E precisa ser valorizado.

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O médico e ex-secretário de esportes, Dário Saadi foi eleito como novo prefeito de Campinas. Teve 57% dos votos válidos e vai comandar a cidade a partir do dia primeiro de janeiro de 2021.

Quando olhamos para as suas propostas de politica esportiva, na pagina 20 do seu programa de governo, existem pontos  como a continuidade de parcerias para a realização de eventos já feitos quando ele era secretário e o projeto do Busão Olímpico, que será feito para atender adolescentes e jovens envolvidos nas questões esportivos.

Percebe-se o seu cuidado com o esporte de base. Correto. Agora, é de estarrecer que não exista qualquer linha ou declaração sobre uma possível ação da Prefeitura de promoção e fomento em relação ao dérbi campineiro ou de planos para os dois clubes. A nova arena do Jardim Eulina e o novo equipamento bugrino que dará lugar ao Brinco de Ouro passam por uma série de autorizações e fiscalizações da Prefeitura. Deveria tomar atenção com isso.

Além disso, o dérbi é um símbolo da cidade, com visibilidade na mídia nacional e que, ouso dizer, é o principal símbolo do município para o Brasil ao lado do legado do maestro  Carlos Gomes e da Unicamp.

Um adendo: não precisa existir envolvimento de dinheiro público para fomentar o dérbi. Nada disso. Aliás, para esportes de alto rendimento e com grande visibilidade, este Só Dérbi é contra presença de dinheiro público, que deve ser direcionado aos esportes de base e olímpicos. Sem contar a necessidade da prefeitura proporcionar equipamentos decentes para as competições de futebol amador.

Uma porção de criatividade e disposição é suficiente para que a prefeitura se envolva na promoção do principal clássico do interior paulista. Vou reforçar: sem dinheiro público.

Dou um exemplo: em 2009, na Série B, a então secretaria de esportes juntou o então atacante Nei Paraiba pelo Guarani e o volante Deda, como representante da Ponte Preta e promoveram uma aposta solidária. No primeiro turno, o perdedor teria que doar 30 cestas básicas para instituições de caridade. No segundo turno, ficou estabelecido que a quantia doada seria de 60 cestas. Para completar, foi instalado o troféu Torcida Solidária, entre as organizadas Fúria Independente (Guarani) e Torcida Jovem (Ponte Preta). A torcida que arrecadasse a maior quantidade de alimentos receberia o troféu. Foi uma ideia simples, que mobilizou a cidade, proporcionou visibilidade aos patrocinadores e o que gastou a prefeitura? Zero. Nada.

Por sua passagem na Secretaria de Esportes, Dário tem capacidade para fazer um trabalho moderno para promover o dérbi. Um já está assegurado no Campeonato Paulista. Que este símbolo da cidade de Campinas seja tratado com carinho.

(Elias Aredes Junior)