Uma reflexão sobre a luta contra a homofobia no futebol campineiro

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O Jornal Estado de Minas aborda na edição desta quarta-feira um tema à primeira vista banal mas com grande poder de atração. A reportagem afirma que  poucos são os times que contarão com jogadores com a camisa 24, incluindo os gigantes Atlético Mineiro e Cruzeiro. Sim, é isso que você leu. O motivo é o receio dos atletas de serem tachados como homossexuais, pois o número no jogo do bicho está associado ao Veado, apelido pejorativo para quem tem tal orientação sexual. (a matéria pode ser lida aqui)

Impossivel ler a matéria e ignorar as cenas que vemos todos os finais de semana nos estádios campineiros. Uma das principais rivalidades do Brasil, Ponte Preta x Guarani tem a homofobia como trunfo de insulto, tanto por parte de pontepretanos como de bugrinos. Não preciso gastar o meu latim para relembrar como isso é utilizado.

Além de declarações infelizes e preconceituosas, esses torcedores esquecem a própria história de suas equipes.

Torcedores pontepretanos deveriam ser os últimos a abraçarem a homofobia. Preconceito não combina com um clube pioneiro na aceitação dos negros nos gramados e nas camadas populares nas arquibancadas.

Quanto ao Guarani, basta dizer que o principal presidente de sua história era negro e não faltam negros que ilustram sua trajetória.

Sim, é possível comparar a luta dos negros com a dos homossexuais. Ser aceito, respeitado e compreendido é uma luta árdua no Brasil especialmente quando falamos de nichos da população com poucos direitos.

Se o futebol já abriu os olhos e começa a lutar contra o racismo e toda forma de preconceito racial, já passou da hora de riscar a homofobia do seu dicionário.

(análise feita por Elias Aredes Junior)