Uma reflexão sobre uma sentença trabalhista e uma pergunta que salta aos olhos: o que desejam fazer com o Guarani?

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Passei a semana inteira em reflexão. Pensava como noticiar o resultado do julgamento do ex-funcionário do Guarani Deivid Henrique Sagrillo da Silva. A sentença emitida pelo juiz Marcelo Chaim Choffi pode ser resumida em poucas linhas. O clube foi condenado a pagar R$ 50 mil ao reclamante e ainda o diretor de futebol Anaílson Neves deverá ser processado por falso testemunho diante daquilo que foi relatado na audiência e no qual o magistrado afirmou que estava equivocado. Tudo foi remetido ao Ministério Público.

A agremiação, lógico, vai recorrer, assim como o dirigente bugrino. Uma batalha que ficará a cargo dos integrantes do Departamento Jurídico do Guarani e dos advogados Miguel Salek Junior e Higor Marcelo Maffei Belini.

Esta é a letra fria da lei. Tudo pode ser revertido, o clube deixar de pagar a indenização e o diretor escapar da punição. Noticiar tal fato é pouco, quase nada, diante daquilo que salta aos olhos: o que fizeram com o Guarani? Para que lugar desejam levar uma agremiação com tamanha história e tradição?

Torcer para o bom andamento no gramado é insuficiente. Dia após dia sucedem-se as trapalhadas, as medidas sem nexo, sem pé ou cabeça.

Quem perde? Não são os dirigentes estatutários, remunerados ou componentes do Conselho de Administração. Estes estão resguardados em suas salas de cores neutras, com ar refrigerado e dotados de subalternos prontos para bajularem e criarem um clima de alienação. Não querem críticas ou fatos negativos e se puderem fazem de tudo para evitá-las.

No fundo, quem sofre é o torcedor que é acusado pelos rivais de acompanhar um clube incapaz de formular sua defesa.  Quem paga o preço é o pai com dois ou três filhos e inserido na luta para convencer os seus filhos a torcerem por um time que já amargou 10 rebaixamentos. A vítima principal é o camarada que junta trocados na semana, que tira o pão da boca para sentar na arquibancada e ver refletido no gramado tantos anos de desmandos e incompetência.

Deivid, por sua vez,  é o reflexo de quem deu a vida pelo Guarani. Que gastou horas, dias, semanas, anos e meses e do dia para a noite viu  o seu sacrifício jogado no ralo. Tudo em nome da ambição. Da luta de poder. Um poder castrador, ambicioso e sem limites. E que leva o Guarani ao buraco.

Deivid teve o seu direito assegurado. Vai receber o que lhe é direito. Justo. Correto. O que não dá para saber é quando terminará a espiral de incompetência  que corrói o Brinco de Ouro.

(análise feita por Elias Aredes Junior)