29/04/2012- Guarani 3 x 1 Ponte Preta: a vitória que eternizou Vadão e Medina na memória coletiva bugrina

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No dia 29 de abril de 2012, Campinas virou o palco principal do futebol brasileiro. Semifinal de Campeonato Paulista. Jogo único entre Guarani e Ponte Preta no estádio Brinco de Ouro. Estava em disputa uma vaga para a decisão da competição contra o Santos. Ao final de 90 minutos, o triunfo do Alviverde por 3 a 1. Um troco pelo revés no clássico de 1981 quando a Macaca levou a melhor e assegurou o título do primeiro turno da competição regional.

Não tenho dúvidas em afirmar que aquela vitória transformou o técnico Osvaldo Alvarez, o Vadão, em ídolo eterno do Guarani. A construção já tinha sido feita. Vice-campeão da Série B em 2009, Vadão conduziu na ocasião um time desacreditado que conseguiu vencer os dois dérbis.

Em 2012, o treinador foi além. Antes de destrinchar cabe contextualizar. O Guarani entrou naquela oportunidade despedaçado politicamente e financeiramente. Marcelo Mingone ocupava a presidência de modo tampão e chamou Claudio Corrente para comandar o futebol de maneira urgente. Tudo era caótico. Não existiam jogadores e nem sequer estrutura. Algo que, aliás, permanece.

Aos poucos, tudo foi feito para a construção do final feliz. Fumagalli retornou e conduziu o time de maneira eficiente; Wellington Monteiro foi o coelho da cartola tirado de maneira eficiente(atuou 16 vezes no Paulistão) e deu estabilidade ao meio-campo; sem contar a recuperação do zagueiro Neto e revelação de Bruno Mendes.

Podemos dizer que, mais do que técnica, aquela equipe tinha uma força mental interessante. Conseguiu empatar um dérbi praticamente no último lance e com gol de Fumagalli de pênalti.

E na própria semifinal é bom que se diga: a Ponte Preta jogava melhor. Tinha o domínio das ações no primeiro tempo e saiu na frente com bela conclusão de Caio. Tudo mudou após Roger perder um gol cara a cara com o goleiro Emerson. O time cresceu assustadoramente de produção e empatou com Fábio Bahia; na sequência, virou com dois gols de Medina. Tudo isso temperado com atuações soberbas de Fabinho e Danilo Sacramento.

Por que Vadão conseguiu? Por que ele tem um perfil quase impossível de se encontrar no futebol atual. Junta estudo profundo dos oponentes, inserção junto aos jogadores e capacidade de demonstrar empatia e por vezes até sensibilidade em um ambiente bruto como o futebol.

Foi essa receita que construiu uma vitória histórica. E que deveria servir de modelo aos seus sucessores.

(Elias Aredes Junior)