Análise: o que significa o retorno de Eduardo Baptista na Ponte Preta?

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Eduardo Baptista está de volta a Ponte Preta. Será o técnico nas 14 rodadas restantes do Brasileirão. Tentará tirar o time do risco da zona de rebaixamento. Sua nomeação tem vantagens, problemas e significados. É preciso decupá-los e entender as perspectivas a serem desenhadas.

Neste processo de recomposição da comissão técnica fica evidente que Gustavo Bueno é o grande vencedor. O gerente de futebol nunca escondeu a admiração que tinha por Eduardo Baptista. Foi responsável pela sua primeira vinda e agora lhe convenceu a adiar o período de reciclagem. Melhor: firmou contrato com o comandante até o final de 2018. Quer demonstrar a intenção da diretoria de estabelecer um planejamento de longo prazo, com uma filosofia de jogo, uma metodologia de trabalho capaz de gerar resultados.

Qual a metodologia? Dentro de casa um time calcado em realizar uma marcação sob pressão, com três jogadores ofensivos com capacidade de armar pelos lados e um centroavante. Foi com essa receita que a Ponte Preta sob o seu comando foi a quinta melhor campanha como anfitriã do Brasileirão de 2016 com 41 dos 57 pontos disputados no Majestoso, um aproveitamento de 71,9%

Eduardo Baptista é sinônimo de comando. Não delega responsabilidade. Tem pulso firme e nas horas de sufoco encara os microfones e a sabatina dos jornalistas. Uma noticia com sinal de alivio aos componentes da atual diretoria pontepretana, que pecam pela falta de explicações e justificativas. Apreciam os gabinetes e pela vontade deles não vão sair dali tão cedo.

Um conselho ao técnico: melhorar a postura nas coletivas, não no conteúdo e sim na forma. Em algumas ocasiões transmite uma imagem de arrogância que não corresponde a realidade, afirmam pessoas que trabalharam com ele.

Defeitos? A sua irregularidade para montar as equipes na casa do oponente. No ano passado, a Alvinegra teve a 15ª campanha como visitante, com aproveitamento de apenas 21,1% e com  duas vitórias em 19 jogos, contra Santa Cruz e América Mineiro. O frescor por uma nova gestão tem que vir acompanhada de uma mudança de postura nos jogos longe de Campinas. E o efeito precisa ser imediato, já que a Macaca tem uma “autêntica” final de Campeonato contra a Chapecoense, domingo às 16h.

Relação com a torcida? Não tem a rejeição ostentada por Kleina e nem Doriva. Nem a idolatria feita por alguns em direção a Jorginho e Guto Ferreira. Por incrível que pareça, é positivo. Ao invés de destilar ódio contra o treinador, o foco das arquibancadas será no time, na busca da manutenção no Campeonato Brasileiro. Nada de racha entre o banco de reservas e os torcedores.

Eduardo Baptista deve encarar como um recomeço depois dos percalços sofridos no Palmeiras e pela experiência traumática vivida no Atlético Paranaense. Que o final feliz seja colhido tanto por ele como pela torcida da Ponte Preta.

(análise feita por Elias Aredes Junior)