A rotina no Guarani há 20 anos: os dirigentes erram, afundam o time e ninguém tem culpa!

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O Guarani perdeu do Paysandu. Está próximo da zona do rebaixamento. Um acontecimento trágico que virou rotina, assim como a procura de um culpado. Sim, porque culpar o treinador pelo péssimo rendimento no gramado é um retrato do modus operandi dos dirigentes bugrinos nos últimos 20 anos: a terceirização do erro.

Perceberam que eles nunca estão equivocados? O criminoso é sempre o outro?

É só fazer uma retrospectiva. Leonel Martins de Oliveira culpava Luiz Roberto Zini por querer dar o passo maior do que a perna. Beto, por sua vez, considerava que o Guarani não crescia pela falta de ambição de Leonel, que retornou e sempre nas entrevistas cravava que os “profetas do apocalipse” impediam a melhoria bugrina.

Sai Leonel, entra Marcelo Mingone e este culpa as ações para oposições para inviabilizar sua administração. Também eleito como o vilão por Álvaro Negrão.

Bem, você achava que a terceirização da culpa acabou com Horley Senna? Nada disso! Aquele que era oposição elegeu durante o seu mandato pessoas que eram do “contra” para impedir o êxito da administração.

Por enquanto, Palmeron não adotou a estratégia. Mas seus companheiros de administração, seja do departamento de futebol ou do Conselho de Administração ensaiam nos bastidores a desculpa surrada de que são vitimas da incompreensão da imprensa ou da falta de apoio. Balela, balela, balela…

A verdade é que o Guarani parou no tempo. Sua estrutura é deficitária, as condições oferecidas as categorias de base são paupérrimas e o pior: não existem na estrutura do clube sócios preparados intelectualmente ou com tarimba e malícia para tocar o futebol ou exercerem as funções administrativas.

Como o ser humano é vaidoso por natureza, ninguém quer expor suas fragilidades ou fracassos. Qual o caminho mais cômodo: culpar o técnico, o mundo selvagem do futebol, entre outras futilidades.

O problema do Guarani não é mais financeiro. Nem político. É ausência de cabeças pensantes que consigam pensar com 20 ou 30 anos na frente. Enquanto, o ser de luz não aparece, vamos pelo caminho mais fácil: a culpa é do técnico Marcelo Cabo.

(análise feita por Elias Aredes Junior)