Entenda por que Lisca é o favorito para assumir o comando do Guarani

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A demissão de Marcelo Cabo na noite de sábado abre o caminho para a contratação de Lisca no Guarani. O técnico, que levou o Paraná ao G4, mas acabou sendo demitido após agressão no vestiário, foi especulado após a goleada sofrida contra o Paraná por 4 a 0, mas não conseguiu fechar negócio com a direção bugrina. Agora, ele volta a ser realidade nos bastidores do Brinco de Ouro. Mas o que leva Lisca a ser o favorito ao cargo?

Luiz Carlos Cirne Lima de Lorenzi, 44 anos, é treinador desde 1990, quando começou nas escolinhas do Inter. Trabalhou por 17 anos como técnico de categorias de base, passando por Inter, Grêmio, São Paulo e Fluminense – com uma breve interrupção no primeiro semestre de 2001, quando assumiu o time da Ulbra para a disputa do Gauchão. Lisca chegou a aparecer para a torcida do Inter no começo do Gauchão de 2007. Ele comandava o Inter B, que começou o Estadual porque o time principal ganhou uma longa folga, após a conquista do Mundial de 2006. Não teve bom desempenho e, naquele mesmo ano, assumiu os profissionais do Brasil de Pelotas.

Lisca ainda passou por clubes pequenos e médios, como Juventude, Porto Alegre, Luverdense, Caxias, Novo Hamburgo, Náutico, Sampaio Corrêa, Ceará, Inter, Joinville e por fim, na atual temporada, o Paraná. Conhecido por montar boas equipes, Lisca também é famoso pelo seu temperamento explosivo – o que lhe rendeu o apelido de Lisca Doido.

Recentemente, Lisca salvou o Ceará do rebaixamento à Série C. Foi em 2015, quando foi contratado para recuperar uma equipe que estava 12 pontos atrás do primeiro não rebaixado. Conseguiu. Com 70% de aproveitamento, ele conseguiu manter o clube na Série B. Teve o contrato renovado, ganhou um cântico especial dos torcedores (“Saiu do hospício, tem que respeitar: Lisca Doido é Ceará”), mas não foi bem no Estadual de 2016 e acabou demitido. Saiu do Ceará e, em junho, foi contratado pelo Joinville para a disputa da Série B, onde o clube já não ia bem. Lisca ficou três meses no comando da equipe e, após uma campanha ruim, foi demitido. No Beira-Rio, chegou com a missão de salvar o Inter em três jogos, mas ficou no quase. E nesta temporada levou o Paraná do meio da tabela da Série B ao G4, mas após uma confusão envolvendo um auxiliar no vestiário foi desligado por Rodrigo Pastana.

Lisca se tornou o favorito do Conselho de Administração porque sua contratação iria além do vínculo emocional. Também excede os limites do fator motivacional, de um técnico conhecido pelo temperamento explosivo. A metodologia “diferenciada” do trabalho no dia a dia seria a principal aposta para extrair comprometimento do elenco bugrino e recuperar o ânimo dentro do vestiário.
CONCORRÊNCIA
Lisca não é o único plano da diretoria, que procurou na semana passada o Pintado, que comandou a equipe em 2016, além de Argel Fucks – que rejeitou a proposta por querer um vínculo maior e com mais segurança. Internamente, a opção por Louzer é tratada apenas em caso de emergência. A alta cúpula entende que é o momento de ter um técnico experiente. Outros nomes especulados como Gilson Kleina e Ricardinho ficaram em segundo plano.
(texto e reportagem: Júlio Nascimento/foto: Jonathan Campos)