A manutenção assegurada na Série B do Campeonato Brasileiro é insuficiente para esconder algo incômodo: o Guarani faz a segunda pior campanha de sua trajetória na competição desde que a formula de pontos corridos passou a vigorar em 2006.
Naquela ocasião, o Alviverde foi rebaixado por questões de bastidores. Confusões na transação do lateral-esquerdo Gilson para a Turquia fez o time perder três pontos ordenados pela Fifa. No gramado, a equipe somou 47 pontos e ficaria fora da zona do rebaixamento com 11 vitórias, 14 empates e 13 derrotas.
A campanha atual só é melhor que aquela registrada em 2012. Após a saída de Oswaldo Alvarez, o Vadão, a equipe caiu de ponta a cabeça e caiu com 41 pontos. As outras participações são mais positivas. Em 2009, o time obteve o acesso com 69 pontos, enquanto que, no ano seguinte, o falecido técnico Giba conduziu a reação que fez o time cravar 52 pontos.
Se vencer o Internacional, a equipe comandada por Lisca chegaria aos 47 pontos e 12 vitórias, o que lhe faria superar o elenco de 2006, castigado pelos tribunais.
Os números, entretanto, expõem uma dura realidade, pois o time parou no tempo. Apontar que existem dificuldades pelo primeiro ano de Série B não é algo que se sustenta. O rebaixamento do ABC é um ponto fora da curva em relação aos outros dois caçulas. O Juventude cravou 51 pontos e teve uma trajetória até tranquila para assegurar sua permanência, enquanto que o Boa Esporte já está com 49 pontos e não pode ser alcançado pelo Guarani.
Pesquisar o passado e presente conduz a uma conclusão: independente de quem seja o treinador em 2018, o Guarani precisa reciclar-se, definir uma filosofia de futebol, contar com profissionais gabaritados para auxiliar Luciano Dias na montagem do time e nutrir convicção de que investimentos na melhoria do departamento médico, fisiologia e um Centro de Treinamento decente não são gastos exorbitantes e sim investimentos para assegurar o futuro. Não há chance devido às condições financeiras? Compreendo, mas a criatividade precisa entrar em campo. Não dá mais para o Guarani contar muito mais com a incompetência dos outros para galgar degraus no olimpo do futebol brasileiro.
(análise feita por Elias Aredes Junior)