Análise Ponte Preta: assegurar o razoável não extermina a busca por aquilo que é bom

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A Ponte Preta começou a anunciar suas contratações para 2018. Do goleiro Vinicius não tenho recordações de tê-lo visto no gramado enquanto que Silvinho e Tiago Real geram duas impressões distintas.

Do primeiro tenho lembrança de uma passagem apagada pela Ponte Preta e uma boa produtividade no Criciúma. Veloz, com bom arranque e boa noção de compactação quando ocorre a perda da posse de bola, pode ser uma peça preciosa ao técnico Eduardo Baptista. Detalhe: não é um atleta capaz de ganhar jogos e sim de auxiliar na construção da vitória. Um coadjuvante correto para o Paulistão e Série B.

No caso de Tiago Real, apesar de contar com acessos no currículo, nunca foi um atleta que chamasse atenção. Melhor: não é o meia armador capaz de assumir a responsabilidade. É experiente, conhece os atalhos da segundona, mas não é o camisa 10 dos sonhos de uma equipe que tem como pretensão subir com folgas na segundona nacional. Luta contra a própria irregularidade. Pode surpreender? Pode, especialmente se Eduardo Baptista extrair dele um potencial ainda obscuro. Não duvide. Lembrem-se de Nino Paraíba, que nos primeiros jogos de Ponte Preta em 2016 era criticado e começou a firmar-se com o trabalho meticuloso e detalhista de Eduardo Baptista.

Compreendo o alívio de alguns torcedores pelas contratações. Quem conviveu com Negueba, Claudinho, Maranhão e outros de menor cotação durante o ano de 2017 certamente tem motivos de sobra para acalentar esperança. É justo e correto.

Tal impressão não pode apagar um quadro preocupante, que é da perda de referência. Os jogadores contratados são melhores do que os atletas inseridos no ano passado? Não há dúvida. Mas isso não exime a diretoria de futebol de procurar jogadores ainda mais qualificados e com histórico exitoso na segundona nacional.

Mais: uma performance ruim no Paulistão e esses que atualmente não apresentados como soluções serão atirados na fogueira do alambrado, do qual não escapou sequer Marcos Rocha, hoje consagrado no Atlético Mineiro e com passagem na Seleção Brasileira.

O razoável é melhor do que o ruim ou o péssimo. Mas não pode excluir a busca pelo bom e eficiente. Que a Macaca aprenda conceito tão necessário.

(análise de Elias Aredes Junior)