A pouco mais de 24 horas da estreia contra o Corinthians pelo Campeonato Paulista, boa parte da torcida da Ponte Preta não está preocupada com o caminho a ser traçado para repetir a façanha do ano passado, quando disputou a final.
A tensão atinge nível máximo por alguns temerem o fantasma do rebaixamento. As contratações realizadas e a queda recente no Brasileirão produzem o temor por dias de sangue e lágrimas.
Bancar a manutenção de Eduardo Baptista e de Gustavo Bueno foi outro atrativo aos pessimistas. Como acreditar que esse time será capaz de ficar entre os quatro primeiros se o arquiteto do fracasso ainda está presente? Ao contrário do que alguns imaginam, ainda não é motivo para inquietações.
Apesar das limitações evidentes, o time da Ponte Preta ainda tem o quinto maior orçamento do torneio e embolsa aproximadamente R$ 5 milhões. Ou seja, em situação de emergência pode realizar contratações pontuais. Vou além: nos últimos anos, os times do interior não deram demonstração cabal de que podem ameaçar a posição pontepretana de quinta força. Tanto que, com um futebol apenas razoável, a equipe chegou à decisão contra o Corinthians.
Por enquanto, não vislumbro turbulências severas. Emerson e Jeferson já comprovaram que conseguem atuações medianas em campeonatos de alta complexidade. Ou seja, não comprometem. A dupla de zaga formada por Luan Peres e Wesley Matos já deu mostras, em clubes anteriores, de que pode fazer o suficiente para não decepcionar.
Talvez a preocupação esteja exacerbada por causa do meio-campo, Mendoza é uma incógnita, Léo Artur não disse a que veio e Xavier, apesar do potencial demonstrado na Copa São Paulo, ainda não passou por prova de fogo no time profissional.
Tiago Real, por sua vez, tem tudo para deixar a irregularidade de lado e firmar-se como destaque ao lado de Silvinho. Yuri não deu certo nas vezes anteriores? Ora, então isso é motivo para descartar!? Como a competição é de tiro curto, a tendência é que o elenco não seja exigido e sim a equipe titular.
O rebaixamento no Brasileirão não pode servir para apagar as virtudes de Eduardo Baptista. Estudioso, trabalhador ao extremo, com pulso e comando no vestiário, tem todos os predicados para extrair o potencial máximo do elenco. Um filme que o próprio torcedor já viu por diversas vezes na história da Ponte Preta.
Ou Monga era um craque de excelência? E Alexandro deixou boas recordações por suas jogadas mirabolantes ou por sua raça e dedicação? Pense e responda.
Não serei maluco de descartar a necessidade de mudanças caso a Macaca emplaque uma sequência negativa com uma face infinita. Até agora não é o caso. O time tem cara e jeito de campanha mediana, sem passar sustos ou para ambicionar repetir o feito do ano passado.
Então esse elenco é suficiente para ficar no pelotão de elite na Série B? Bem, aí é outra história…
(análise feita por Elias Aredes Junior)