Dono do melhor ataque da Série A-2 do Campeonato Paulista ao lado do Nacional com 19 gols anotados, o Guarani gera esperança e apreensão no torcedor consciente. Certamente vai colher os pontos necessários para buscar a classificação e disputar o acesso, especialmente pela presença de Bruno Nazário, Bruno Mendes e Rondinelly, o trio que faz a diferença.
A constatação muda de direção ao checarmos que o Alviverde tomou 11 gols, bem distante do rendimento do líder São Bernardo, que sofreu apenas quatro gols em nove rodadas. O Guarani deveria colocar em mente um mantra batido, mas com repercussão até os dias de hoje: “Ataque ganha jogo e defesa ganha campeonato”.
A regra vale como nunca na Série A-2. As semifinais serão disputadas em dois jogos. Todo o trabalho de um semestre pode ser jogado no lixo diante de um gol sofrido de modo inoportuno e sem nexo. E, por enquanto, o Bugre tem em seu sistema defensivo a principal fragilidade. Não encontra-se preparado para o desafio de nervos de aço a ser disputado nas semifinais.
Por vezes são infantis ou crônicas. Ou tudo junto. Veja o jogo de sábado contra o Osasco Audax. No gol de Léo Rocha aos 18 minutos do primeiro tempo, ocorreu falha no rebote e, posteriormente, aos 32, Vinicius aproveitou-se de uma defesa inexplicavelmente adiantada para deixar tudo igual.
Os erros passam batidos porque torcedor só comemora, celebra, faz festa. Dificilmente coloca a razão para detectar a real situação. Contra o Taubaté, o golaço de Bruno Nazário e a conclusão de Rondinelly também esconderam o vacilo no lado direito da defesa que permitiu o cruzamento de Bruno Ré e a conclusão certeira do atacante do jogador do Taubaté.
Agora transporte este dois cenários para as semifinais. Digamos que o Guarani faça o primeiro jogo fora e amargue uma derrota por 2 a 0. Ou seja, o acesso só será obtido com bom rendimento ofensivo, pois o saldo de gols está previsto no regulamento como critério de desempate. E se fizer o primeiro confronto no Brinco de Ouro e vença por 2 a 1 ou 3 a 1, a esperança permanecerá. Ou seja, quem decidiria nos dois casos não seria o ataque e sim a defesa.
Melhor consertar agora para depois evitar o choro.
(análise feita por Elias Aredes Junior)