Bruno Mendes, Bruno Nazário e Rondinelly. O trio comove o torcedor bugrino. Se o acesso for obtido, boa parte do êxito certamente ficará nas costas do trio. Dos 19 gols feitos pelo Alviverde, os três fizeram 13. Um casamento acidental e perfeito. Um complementa o outro.
Nazário é rápido, dono de drible rápido e curto e com faro para buscar a linha de fundo. Bruno Mendes é um atacante à moda antiga. Bem posicionado na área e que busca o gol especialmente na bola parada. E Rondinelly? Surpresa. Depois de uma passagem irregular no Botafogo de Ribeirão Preto, virou a mola mestra do meio-campo. Cadenciado e inteligente para colocar a bola onde quer, tem nas jogadas com Lenon e Marcílio o seu trunfo para desafogo. Tudo lindo e perfeito se não fosse por um detalhe: até quando o sonho vai durar? Ou terá curta duração?
Explica-se: nos bastidores, os representantes de Bruno Nazário não escondem a ideia de colocá-lo em um clube da Série A no segundo semestre. Uma vitrine maior e com isso viabilizar a recuperação do investimento por parte do Hoffenheim. Ou seja, se quiser contar com Nazário na segundona nacional, a diretoria do Guarani terá que utilizar muita lábia.
Bruno Mendes, por enquanto, não tem nenhum interessado, mas constrói um ativo em falta no futebol: gols. Posição em extinção no futebol brasileiro. Os cinco gols e a vice artilharia é um atrativo tremendo.
Nesta conjuntura, pouco importa a duração do contrato. O Guarani terá que buscar artifícios para sustentar nas fileiras o seu camisa nove.
Perder estas duas peças traria muito mais trabalho a Rondinelly, que hoje tem companheiros competentes para fazer parcerias. Em contrapartida, quanto maior for o sucesso do Guarani na Série A-2, aumenta a responsabilidade tanto do Conselho de Administração como também da diretoria de futebol comandada por Luciano Dias. Traduzindo: montar um elenco competitivo na Série B e ainda guardar aquilo de bom que já existe à disposição para o técnico Umberto Louzer. É agir agora para não chorar depois.
(análise de Elias Aredes Junior)