A escolha do Guarani: trabalho de longo prazo ou a inconsequência da troca de treinador?

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O futebol tem memória curta. Tudo é esquecido em segundos. O empate no Serra Dourada diante do Goiás não tirou a pressão sobre o técnico Umberto Louzer. Torcedores e dirigentes falam de sua inexperiência, ausência de traquejo e tarimba para sair de ciladas armadas na Série B do Campeonato Brasileiro. A conquista da Série A-2 do Paulistão virou página virada.

Concordo que não há como fazer comparações. A Série B é melhor. Isso não quer dizer que não há mérito naquilo que foi feito. Se o Guarani disputará o pelotão de elite grande parte é creditada pela façanha do treinador em domar egos e explorar o potencial ofensivo. A defesa está errada? Sim. Mas quantos na segundona nacional podem dizer que tem o potencial do Alviverde para balançar as redes? Poucos.

Quanto tempo terá o treinador? A diretoria dará espaço para reabilitação? Não podemos esquecer do história do presidente Palmeron Mendes Filho dentro do queijo, o prédio administrativo do Brinco de Ouro. Permitiu que demitissem Vadão por telefone e no início do ano colocou o facão no pescoço do próprio Louzer ao lhe conceder cinco rodadas para embalar. A vitória apaga tudo. Inclusive os erros absurdos.

Sem infraestrutura adequada, com recursos controlados pela Justiça e ainda com a perspectiva de perder os seus jogadores durante a Copa do Mundo. Vide o vencimento do contrato de Bruno Nazário, previsto para junho.

Os obstáculos são visíveis. Não seria caso de conceder tempo? Não é o momento de conversar, trocar ideias e verificar aquilo que pode ser ajustado no sistema tático, na estratégia e no modelo de jogo? Não seria mais produtivo incentivar um profissional presente no Brinco de Ouro desde o ano passado e com sede de vencer?

O Guarani tem defeitos sim. Só que o próprio futebol comprova que bons resultados só acontecem com trabalhos de médio e longo prazo. Ou o Grêmio é fruto de milagre? E o Londrina? E o Brasil de Pelotas que aposta agora em Clemer? E o Cruzeiro de Mano Menezes? A hora não é de ruptura, e sim de diálogo e de troca de ideias.

(análise feita por Elias Aredes Junior)