Duas teorias incoerentes rodam pelas ruas virtuais e verdadeiras de Campinas. A primeira é espalhada pelo torcedor bugrino.
Não considera a Ponte Preta como rival porque o portfólio de títulos é superior. O pontepretano, por sua vez, após as boas campanhas neste século e a chegada em finais de competições relevantes, como a Copa Sul-Americana, chega a dizer que a preocupação deve ser direcionada ao Red Bull ou ao São Paulo, nunca ao Guarani.
Balela. Conversa mole. Desculpa esfarrapada. A atual edição da Série B do Campeonato Brasileiro demonstra de modo cabal o acirramento da rivalidade.
O Guarani encontrar-se na décima posição e a Ponte Preta, com um ponto a mais, como sétima colocada, poderia ser prova de que os dois times deixaram as diferenças de lado e o desempenho mediano é uma prova disso. Nada disso.
Percorra as redes sociais e perceba a ansiedade estampada em cada frase ou colocação dos torcedores.
O pontepretano não quer apenas subir e sim consagrar-se campeão em uma edição com o rival do lado. Por isso, o desespero por reforços e a subida imediata de produção. Sem o Guarani, é verdade, a pressão existiria do mesmo jeito. Mas agora ela é triplicada.
Lembrem-se: no ano passado, mais do que lamento pelo rebaixamento, o inconformismo das arquibancadas do Majestoso estava por ficar no nível do rival histórico, quadro sacramentado com o acesso e o título do Alviverde na Série A2.
O Guarani não fica atrás. No ano passado, uma boa parte da torcida comemorou a permanência na Série B com 44 pontos e a superação ao Luverdense nos critérios de desempate.
Neste ano, o discurso mudou. A torcida quer o acesso. Não, não é apenas pelo troféu da Série A2, e sim porque existe um prazer em superar um adversário tradicional e que há tempos encontrava-se em patamar superior.
Uma viagem no tempo serve para desnudar o que os olhos não enxergam. Em 2011, o acesso à divisão de elite para a Ponte Preta teve o sabor de duas vitórias no dérbi, feito obtido pelo Guarani dois anos antes.
Agora, o cenário é diferente. A Ponte Preta terá a responsabilidade de vencer o clássico do turno final e comprovar sua superioridade. Já Umberto Louzer terá que encontrar uma maneira de vencer no Majestoso. Caso contrário, a pressão será certa. E avassaladora.
Escrevi sobre esse tema em outras oportunidades neste Só Dérbi.
Poderia resumir tudo em conceito curto e letal: um não vive sem o outro.
O resto é conversa para boi dormir.
(análise feita por Elias Aredes Junior)