Arquibancada: As lições da derrota em Varginha e a falta de elenco da Ponte Preta

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É clichê, mas é preciso reforçar. No futebol, existem três possibilidades, vitória, empate e derrota. Para chegar a esses resultados, o time pode ganhar jogando bem ou mal, empatar ou perder sob tais condições. Entretanto, sob a ótica de alguns torcedores, o resultado de um jogo é o raio-x de um trabalho como um todo. Para o bem ou para o mal. Não é – e não pode ser – assim.

Não tenho a pretensão de ensinar ninguém a torcer. Sou tão torcedor quanto você que lê esse post. Tenho meus momentos de pura passionalidade e extravasamento, mas procuro analisar o jogo da forma que ele é de fato. Nessas horas, é preciso racionalidade para entender que o time quando entra em campo pode sair vitorioso ou derrotado.

Nas derrotas ouve-se falar que João Brigatti não é técnico de futebol, e sim um motivador. Nas vitórias, o oposto disso, ou seja, que ele não é só motivador, mas também um bom técnico. Sou da segunda opinião. Embora técnico em início de carreira, tem feito um trabalho muito superior dos queridinhos da velha/nova diretoria: Eduardo Baptista e Doriva.

O fato é que João Brigatti está sendo “rotulado” de forma muito simplória: 8 ou 80! Mas ninguém pode ser Deus nas vitórias ou diabo nas derrotas. É muito mais amplo do que isso. Na escalação titular, eu não via alternativas diferentes das que ele usou. As alterações foram as mais naturais para os desfalques do jogo frente ao São Bento – Neto Costa no lugar do suspenso André Luis e Murilo substituindo o lesionado Tiago Real.

Pergunto aos críticos da formação inicial: quais seriam as opções no elenco da Ponte para esse jogo? Depois do resultado e das falhas individuais, é mais fácil criticar. O fato é que Murilo e Neto Costa não desempenharam o papel em suas posições como Júnior Santos e Tiago Real, além de todo o time estar sonolento.

Os dois que entraram participaram da vitória em Sorocaba. Murilo foi importante naquele jogo substituindo Tiago Real, machucado aos 15 minutos do primeiro tempo. Foi ele quem roubou a bola e acionou Júnior Santos no primeiro gol da Ponte. Portanto, ele é – e sempre foi – o substituto imediato do Tiago. Neto Costa não foi bem como todo o time. Ele é atacante e não recebeu uma bola para concluir em gol no primeiro tempo. A realidade é que não conseguimos o mesmo desempenho das últimas quatro rodadas.

Depois do intervalo, Brigatti mexeu em todos os setores, da defesa ao ataque. Foi audacioso e em busca de, ao menos, um empate. Quase conseguiu. O time sofreu mais pela soberba, desinteresse e falta de seriedade do que pela escalação. É claro que todas essas atitudes também passam pelo comandante e essa correção foi feita ainda no vestiário. Tanto é que no segundo tempo o time teve uma postura diferente diante do jogo.

Não é novidade que o elenco é limitado e tem pouquíssimas opções. Isso é mais problema da diretoria que do técnico. Que sirva de lição para o time e parte da torcida que acha que jogar contra o lanterna é vitória garantida.

(análise: André Gonçalves)