Na crônica que mostra a vitória do Guarani sobre o Londrina por 1 a 0 fiz questão de colocar na manchete o dado de que esta campanha foi a segunda melhor da história do clube na era dos pontos corridos.
É uma homenagem ao trabalho correto e digno de Umberto Louzer e de seus jogadores, que por seis meses foram obrigados a ultrapassarem uma série de fatos imprevistos e que poderia aniquilar o vestiário. Somaram 54 pontos e tinham ao redor um terremoto político provocado pela discussão do processo de terceirização. Seria o mesmo que um vendedor bater a meta estipulada por sua empresa, mesmo que esta não lhe oferecesse boas condições de trabalho. Não podemos esquecer: os dirigentes afirmavam que se ficassem na Série B estaria de bom tamanho. Apesar da péssima qualidade do campeonato.
A homenagem, por sua vez, não deve ser abraçada pelos integrantes do Conselho de Administração. Primeiro por ainda permitirem que o Guarani tenham uma infraestrutura da idade da pedra e que prejudica todos: jogadores, integrantes da comissão técnica, analistas de desempenho, médicos, fisioterapeutas…gente que precisa operar milagres um atrás do outro para deixar o time em condições mínimas para encarar times com condições de trabalho muito melhores.
Dirigentes capazes de dispensar o técnico campeão da Série A-2 com duas rodadas de antecedência e patrocinar uma patetada de desencontros e de desinformações a cada treinamento ou evento importante no Brinco.
Dirigentes que não souberam fazer um planejamento para deixar o Guarani em condições de brigar e lutar pelo acesso em uma Série B fraca tecnicamente. Uma das piores de todos os tempos.
Queria desejar uma temporada de 2019 mais gabaritada ao Guarani e que trouxesse alivio a sua torcida. Mas o Conselho de Administração não ajuda.
(análise feita por Elias Aredes Junior)