Faltou um ponto ao acesso pontepretano? A cobrança deve ser dirigida aos verdadeiros responsáveis: o grupo político de Sérgio Carnielli

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Assim que encerrou o jogo contra o Avaí e o empate sem gols deixou escapar por entre os dedos o sonho do acesso à divisão de elite, a assessoria de comunicação da Ponte Preta, eficiente como sempre (nenhum viés de ironia no elogio), colocou no site oficial uma notícia para relatar a disposição em renovar o contrato do técnico Gilson Kleina para o ano de 2019.

Muito bonito neste instante posar de dinâmico e falar que no próximo ano todos estarão mais maduros para tocar o departamento de futebol profissional. Mas se a Macaca lamenta por pontos perdidos no dérbi no Majestoso ou contra times que foram rebaixados, todo o alicerce de culpa deve ser colocado em cima daqueles que estão no gabinete. Verdade dura e cristalina é que a torcida pontepretana está isenta e pode ser considerada uma heroína, assim como o técnico pontepretano, que pegou um grupo desacreditado e quase levou ao olimpo.

Agora, o atual grupo político que comanda a Ponte Preta tem que assumir a sua parte na fatura. Erros e mais erros desde o primeiro dia do ano. José Armando Abdalla Junior, Sebastião Arcanjo, o Tiãozinho, Tagino Alves dos Santos, Sérgio Carnielli e Vanderlei Pereira e o executivo de futebol Marcelo Barbarotti não podem agora fazer cara de paisagem e alegar que o quinto lugar não tem relação com eles. Ah, antes um esclarecimento: você pode estranhar o nome de Vanderlei Pereira. Não deveria. A partir do instante em que é nomeado para um cargo na Federação Paulista de Futebol, mesmo que seja esporádico, é sinal de que não está desligado do futebol. Ponto.

A constatação é que foram esses dirigentes que permitiram que a Macaca ficasse sem diretor de futebol após a saída de Ronaldão. Foram essas personalidades que não estancaram a crise política e transformaram o Majestoso em um barril de pólvora.

São estas pessoas que não se mexeram para evitar as contratações equivocadas e ficaram inertes diante do desligamento atabalhoado do técnico João Brigatti. Cobre deles ainda a falta de percepção em contratar um técnico adequado ao perfil do clube. Se eu aprovei a contratação de Marcelo Chamusca? Sim, mas eu não convivo com os jogadores, não estou no cotidiano administrativo, não sei o perfil psicológico dos atletas. Se Brigatti, um técnico de cunho motivacional tirou o melhor deles, era óbvio que deveria ser contratado alguém com o mesmo perfil. O critico pode avalizar a competência e a tarimba do profissional. Mas se é adequado, só o dirigente pode cravar.

Moral da história: não basta amar e dirigir a Ponte Preta. É preciso entendê-la. E após 22 anos, Carnielli e seu grupo político têm dificuldades em decifrá-la.

(análise feita por Elias Aredes Junior)