Quem tem moral para criticar empresários de futebol no Majestoso e no Brinco de Ouro? Ninguém!

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Noticia divulgada neste final de semana demonstra a disposição do Coaf em apertar o cerco com os empresários de futebol. Eles seriam obrigados a registrarem suas transações na instituição assim como o nome dos destinatários. A intenção é buscar explicações sobre possíveis transações nebulosas. Como representante da Associação da categoria, Jorge Moraes afirmou à Agência Estado que tais profissionais já declaram Imposto de Renda e se submetem a todo tipo de fiscalização.

Digo logo de cara que entendo a vilania encampada pela atividade. Alguns são danosos ao futebol e protagonizam negociações, no mínimo, esquisitas. Mas eu afirmo sem medo de errar que no estádio Moisés Lucarelli e no Brinco de Ouro ninguém tem moral para fazer uma critica sequer.

Vamos deixar a hipocrisia de lado e falar a real: se não fossem os empresários de futebol, Ponte Preta e Guarani, por culpa única e exclusiva de seus dirigentes já teriam fechados as suas portas. Há muito tempo.

Os clubes campineiros dependem destes profissionais para viabilizarem bons negócios e jogadores de potencial. Na Ponte Preta, quando surgiu o interesse em William Pottker, ele já tinha sucesso pelos gols feitos no Linense e Figueirense. Tinha propostas de equipes gigantes. Só desembarcou no Majestoso porque certamente a opinião de seu empresário foi preponderante. E não valeu a pena? Ou o empresário só serve para ser malhado?

Fumagalli, de um jeito ou de outro esteve inserido nos últimos seis anos dentro do Guarani. Ídolo da torcida. Fazedor de gols. Colocava a cara para bater, mesmo com rendimento decepcionante. Teve oportunidade para sair. Só fez um bate e volta no Santa Cruz do Pará. Pense e raciocine: Candido Neto, o seu empresário, será que não teve alguma participação na formação desta idolatria? Ou seja, abriu mão de rendimentos legais que poderia receber em uma transação?

Sem contar que os clubes campineiros contaram  com o auxilio de empresários por vezes até para pagar as contas mais básicas. Ué, como podemos condená-los sem direito a defesa? No mínimo, é incoerente. Porque é muito fácil apontar os defeitos e aproveitar-se das virtudes.

Não podemos esquecer que a figura do empresário ganhou força porque houve a extinção da lei do Passe, primeiro com a Lei Bosman no continente europeu e depois com o advento da Lei Pelé. Os jogadores eram presos e ao final do contrato ficavam á mercê da tirania de muitos dirigentes. Alguns, aliás, enriqueceram ao endurecerem o jogo na hora de liberar o atestado liberatório.

Antes que me critiquem: uma coisa é o interesse do clube; outra é impedir a pessoa de trabalhar. Era o que proporcionava a Lei do Passe. O empresário surgiu apenas e tão somente para auxiliar o jogador de futebol nesta nova selva do futebol. Ele ganhou outro papel? Sim. Por culpa dos dirigentes. E os estádios separados pela avenida Airton Senna tem participação. Queiram ou não.

(análise feita por Elias Aredes Junior)