Não existe nada pior do que o indeciso. Pessoa que atira em diversas direções. Quer agradar todo mundo e desagrada a todos. Os interlocutores ficam perdidos, sem rumo. Não há como prever o amanhã se a atualidade é cheia de sinais desconexos. O presidente José Armando Abdalla Junior encaixa-se perfeitamente no cenário. Infelizmente.
Todos os dias (todos mesmo!) tenho conhecimento sobre conversas do presidente com militantes da oposição e conselheiros natos. Recebe reivindicações, reclamações e em alguns casos promete que determinados assuntos serão resolvidos. Quando? Ninguém sabe. Mas serão.
Abdalla mantém pontes e diálogo com os ex-presidentes Sérgio Carnielli e Vanderlei Pereira e jamais exibiu uma clara orientação de ruptura. Está com os pés em duas canoas.
Governar é escolher. Definir um lado e arcar com bônus e consequências. Sejamos francos: uma parte relevante da torcida e dos conselheiros mostra-se reticente com a continuidade da influência de Carnielli e Vanderlei Pereira no poder. Como também temos pontepretanos que acreditam na utilidade dos serviços da dupla.
Pergunta: qual o estrago que seria gerado se Abdalla optasse por um lado ou por outro?
Entendo a disposição de Abdalla para uma política de boa vizinhança. No atual quadro, no entanto, o que a Ponte Preta mais precisa é de um norte e de estabilidade política. E tal desejo só será alcançado com o seu mandatário disposto a escolher um lado ou outro. Terá consequências? Sim, terá. E corre-se o risco de refletir no gramado. Agruras da vida.
Um aviso dado até por Pablo Neruda: “Você é livre para fazer suas escolhas, mas é prisioneiro das consequências”. Ficar em cima do muro não resolverá nada Abdalla.
(análise feita por Elias Aredes Junior)