Em uma atuação fraca na parte técnica e com erros na defesa, a Ponte Preta amargou um empate por 1 a 1 com o lanterna América Mineiro, em jogo realizado neste domingo no Estádio Moisés Lucarelli e válido pelo Campeonato Brasileiro. Com 35 pontos, a Macaca caiu para a nona posição e agora busca a reabilitação na quarta-feira, contra o Grêmio, novamente em Campinas.
Eduardo Baptista é convicto. Não abre mão de seu sistema de jogo. Tal escolha implica em requisitar paciência do torcedor. Diante do América, não foi diferente. Ao apostar novamente nos três volantes e deixar atletas criativos como Felipe Azevedo e Ravanelli no banco de reservas, a consequência foi desagradável: um time preso, prevísivel, sem velocidade e com pouca criação no meio-campo.
Um quadro ainda mais agravado devido a postura do próprio América, que ficava atrás da linha da bola e sequer tinha a preferência de iniciar sua armação pelo lados do campo. Escolhia o goleiro João Ricardo para “quebrar a bola” e contar com um rebote defensivo. Neste cenário truncado, os lances de perigo só poderiam surgir ou graças a imaginação dos atacantes ou por falhas da defesa. Aos 05min, Reinaldo cortou errado, e Nixon ajeitou para Pablo, que bateu travado; Osman não apostou no rebote levou o técnico Enderson Moreira ao desespero.
Demorou, mas a Macaca não desperdiçou e fez o gol aos 44min. Após disputa de bola, o lançamento foi efetuado e William Pottker livrou-se de Eder Lima com um chapéu, saiu na área e de cabeça tocou para as redes. Golaço. Na sequência, Reinaldo soltou o pé e provocou defesa de João Ricardo.
O segundo tempo surgiu no horizonte e o temido “apagão” aconteceu. A Ponte Preta ficou atrás, deu espaço ao América Mineiro, beneficiado por uma falha da zaga da Macaca aos 13min, a bola sobrou limpa para Jonas deixar tudo igual.
Como um bombeiro louco para apagar um incêndio em alta temperatura, Eduardo Baptista tratou de tirar Abuda e apostar em Ravanelli. Apesar do esforço do garoto, a Macaca não conseguia sair da estratégia do Coelho, de utilizar a força e velocidade pelos lados. Uma estratégia, aliás, que ficou ainda mais confortável para ser aplicada após a saída de Rhayner e entrada de Roger.
O confronto ficou tenso, indefinido e o segundo gol dos visitantes quase surgiu aos 38min, em cobrança de falta executada por Jonas e defendida por Aranha.
Nos minutos finais, a Macaca não teve imaginação para vencer e teve que suportar as vaias da torcida.
(crônica de autoria de Elias Aredes Junior-Foto de Fábio Leoni-Pontepress)
PONTE PRETA
Aranha; Nino Paraíba, Douglas Grolli, Fábio Ferreira e Reinaldo;
João Vitor, Abuda(Ravanelli) e Maycon (Matheus Jesus); Rhayner (Roger), Pottker e Clayson. Técnico: Eduardo Baptista
AMÉRICA-MG
João Ricardo; Jonas, Alison (Suelliton), Éder Lima e Gilson; Leandro Guerreiro, Juninho, Pablo e Danilo Barcelos (Ernandes); Osman e Nixon (Michael).Técnico: Enderson Moreira
Gols: William Pottker aos 44 minutos do primeiro tempo; Jonas aos 13min do segundo tempo.
Renda: R$ 63.790
Público: 4386
Cartões Amarelos: Ravanelli, João Vitor, Gilson, Ernandes
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio
Local: Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas