São 38 pontos. Liderança no grupo B e melhor campanha da Série C do Brasileirão. Marcelo Chamusca emplaca uma boa fase inicial pela terceira vez consecutiva. O Guarani chega para o confronto diante do ASA de Arapiraca motivado e focado em fazer história e deixar a Série C no passado. Para tal desejo transformar-se em realidade algo deveria ser feito: esquecer a palavra favoritismo.
A expressão é traiçoeira. Quem lidera a bolsa de apostas é de que tudo acontecerá naturalmente e de modo automático. O gol surgirá como fruto de um talento incontestável comprovado por números e estatísticas.
Convenhamos: o Guarani tem atributos para cair na armadilha. O seu oponente somou 12 pontos a menos na primeira fase. Transmite uma aparente fragilidade pois não contará com o lateral Igor, expulso, e o meia João Paulo, com três cartões amarelos. A equipe alagoana chega ainda com a tarefa de expulsar o trauma do ano passado, quando perdeu os dois jogos diante do Tupi e viu o sonho do acesso adiado.
Nada mais enganoso. O futebol está cheio de exemplos de equipes que entraram pela porta dos fundos e surpreenderam, especialmente por aproveitarem os vacilos dos oponentes considerados intransponíveis. Quem garante que se as precauções não forem adotadas, o pior pode acontecer? Mais: o regulamento é esdrúxulo e traiçoeiro. O Guarani pode ser eliminado sem ser derrotado. Como? Basta um empate sem gols em Arapiraca e um empate com gols no Brinco de Ouro e a tragédia estará consumada.
Qual a saída? Ser contaminada pela baixa estima? Nada disso. O Guarani tem melhor time e jogadores com melhor poder de decisão. Encerrou a fase inicial com 11 gols sofridos, a segunda defesa menos vazada, atrás apenas do Boa Esporte. Fumagalli ainda mostra apetite, vontade, determinação de fazer a diferença e o atacante Eliandro pode ser a peça que faltava para buscar o acesso.
Só que nada disso vai funcionar se não ocorrer entrega no gramado. Pensar que aquele é o último jogo da vida tem que ser a postura dos jogadores. Atuar com atenção máxima, determinação, garra e superação. Jamais pensar que o oponente não pode surpreender. Ser corajoso, destemido e inteligente suficiente para perceber que o acesso está próximo mas antes é preciso ter a humildade como aliada e a soberba como inimiga eterna.
(analise feita por Elias Aredes Junior- Foto de Israel Oliveira- Assessoria do Guarani)