Como a Ponte Preta poderia aproveitar a Black Friday?

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Consumidores desvairados invadem as lojas. Pechincham. Barganham. Tudo para aproveitar ao máximo as ofertas disponibilizadas antes do natal. É uma tradição norte-americana a Black Friday. Desembarcou no Brasil e veio para ficar. Sempre na última sexta-feira de novembro.

Ainda estamos na terça-feira. Existe tempo para pesquisar, comparar preços e tomar a decisão. Em um cenário imaginário, o futebol poderia seguir a onda. Ou melhor, a Ponte Preta. Deveria aproveitar a chance de comercializar alguns “produtos” que vem lhe atrapalham. Que travam a chance de viver dias melhores e saborosos.

A Macaca deveria participar  da liquidação. Comprar e vender. Sem pudor. O que vender? Poderia comercializar quase de graça este silêncio que está impregnado em dirigentes. Falta de declarações, explicações e conteúdo para justificar os objetivos alcançados e o que está por vir. Repassar a mudez no “black Friday” do futebol abriria espaço para adquirir – de preferência por preço baixo – mercadorias necessárias para qualquer dirigente de futebol: disposição para falar, explicar, paciência para conduzir um debate democrático e entender os anseios das arquibancadas.

Nesta vitrine do futebol a Black Friday pontepretana seria o palco ideal para vender de graça um pacotinho indigesto. Quando aberto, só provoca dissabores. Atende pelo nome de falta de ambição. Seu nome fantasia? Pode ser “Tá ruim, mas tá bom” como diria uma antiga música sertaneja.

Em contrapartida, a Alvinegra poderia adquirir uma máquina ou um aparelho capaz de modificar o comportamento dos dirigentes. Que eles vissem a equipe somar os 45 pontos e automaticamente a indignação tomar conta dos seus corações. Um sentimento de “quero mais”, de novos horizontes invadiria os comandantes do clube, ávidos por querer Libertadores, de título da Sul-Americana, entre outros desejos.

Como a disparidade econômica é sempre (com justiça) enumerada como entrave, nada como a Black Friday para realizar a aquisição destes “craques”.

Quem disse que o futebol escaparia? Nesta “Black Friday” imaginária, a Ponte Preta receberia uma proposta por Fábio Ferreira de um clube de ponta da Europa. Do Barcelona ou Real Madrid. Contaminada pelo ambiente de liquidação, o time campineiro encaminharia o beque de graça. Mas o interessado teria um surto de esbanjamento e daria recursos suficientes para a Macaca montar um time competitivo. E fazer a festa de uma parte da torcida que comemoraria a saída de Clayson por um valor acima do normal. Fora do tom de uma Black Friday. Neste contexto, aconteceria  a contratação de um atacante de ponta que aceitaria jogar pelo teto salarial ao lado de Luís Fabiano.

Por que a Macaca deveria livrar-se destes itens nesta Black Friday” fictícia? Simples: na vida real, a alvinegra já paga um preço muito pesado por carregar tudo isso.

(análise feita por Elias Aredes Junior)