O maior perigoso existente no futebol é abraçarmos conclusões precipitadas. Um bom jogo ou tudo que dá certo em 90 minutos parece ser obrigatório aplicar no restante da temporada. A Ponte Preta corre o risco de cair na armadilha.
A Macaca fez bom jogo contra o Náutico. Competiu. Teve fôlego, postura e se contrapôs ao bom time montado por Hélio dos Anjos.
Ponto precioso.
Para o campeonato e por levar o time a sonhar com dias melhores.
No rol destas boas noticias, encontra-se o bom rendimento do trio de ataque formado por Richard, Moisés e Niltinho.
Movimentação, velocidades e deslocamentos que deixaram atarantados o time anfitrião. Boa produção? Evidente. Merece ser elogiada? Com certeza. Isso quer dizer que tudo está resolvido? Nem tanto.
O trio de ataque foi bom para aquela conjuntura e circunstância.
Esteve adaptado para aquele cenário de jogo diante do Náutico. Isso não quer dizer que deve se abrir mão do atacante de referência. Que tem sua utilidade. Se isso for mentira então por que torcedores e parte relevante da imprensa comemoraram quando a Macaca celebrou a chegada de Rodrigão?
Esta mudança de pensamento ao sabor do vento não agrega em nada.
É equivoco imaginar que um time de futebol deve atuar de uma mesma maneira em todos os jogos. A Ponte Preta é uma prova viva.
Relembre que no confronto com o Brasil, em Pelotas, o gol de empate de Dahwan só surgiu por causa de uma assistência de…Rodrigão. Um atacante de referência.
Vou além: e quando a Macaca enfrentar uma defesa com estatura, de jogadores bem posicionados e que tenham velocidade para segurar atacantes de igual características? Vai desprezar a opção de um atacante de referência.
No futebol, o que é ruim hoje pode virar essencial no futuro. E vice-versa.
(Elias Aredes Junior-foto de Tiago Caldas-CNC)