Ponte Preta, Elvis e perguntas que pedem respostas

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Quando foi contratado para a disputa da Série B do ano passado, o armador Elvis foi tratado como uma joia da coroa.

Jogador técnico, cerebral, capaz de desequilibrar e com eficiência nas bolas paradas.

Correspondeu a expectativa e foi o astro da conquista da Série A-2 do Campeonato Brasileiro. Não foi por acaso o pênalti decisivo sair de seus pés. O camisa 10 fez jus a sua responsabilidade.

Nos últimos jogos, o torcedor pontepretano nutre um misto de tensão e incomodo.

Gosta, reconhece e ovaciona Elvis.

Tem parcimônia e serenidade diante da sua queda de produção. Porque sabe do que ele é capaz. Quem carrega a bandeira da Macaca tem a plena compreensão de que ele não vai produzir o fruto que oferecia aos clubes com 23 ou 24 anos.

Não sou eu quem diz isso.

Nem o jogador. É a ciência, que comprova: após os 30 anos, qualquer atleta fica mais sujeito a lesões.

Só que eu seria hipócrita mostrasse indiferença as fotos registradas de Elvis dentro do campo contra o Juventude. Nitidamente fora do peso.

Não é o caso de condenar.

Nunca.

Jamais.

E sim de entender o estado do jogador.

Porque seria raso e precipitado dizer que o jogador está com sobrepeso porque exagerou na alimentação. Existem diversos motivos para tal quadro. Não vou colocar os fatores porque pode colocar mais lenha na fogueira.

Penso que algo pode ser feito tanto pela preparação física da Ponte Preta como pelo próprio Departamento Médico.

Simples: explicar, nem que seja pela assessoria de imprensa, o quadro do atleta. Se eles consideram grave ou se não existe motivo para preocupação. Se o jogador está dentro do peso para jogar e o que levou a esse sobrepeso.

O silêncio para um tema relevante só coloca lenha na fogueira. E gera constrangimento a um jogador que ainda pode produzir muito para a Ponte Preta.

(Elias Aredes Junior-Foto de Marcos Ribolli-Pontepress)