Na última terça-feira fui checar uma noticia que envolvia a Ponte Preta e que estará brevemente neste Só Dérbi. Ao pedir a informação para um integrante da diretoria executiva da Macaca, a resposta foi dada de modo corretíssimo e em tom de lamento. “Você está ouvindo muito a oposição, precisa ser mais aberto ao que temos a dizer”.
Por 40 minutos, escutei os argumentos do dirigente – que não terá seu nome divulgado- e reafirmei dados expostos em vários artigos neste espaço: a existência de um problema de comunicação gritante entre a torcida e a diretoria da Ponte Preta.
Um fenômeno capaz de transformar uma oitava colocação no Brasileirão em uma tragédia de proporções épicas. Após troca de mensagens, o dirigente me convidou para um encontro nesta sexta-feira (3) à tarde para que eles pudessem colocar seu ponto de vista.
Como não foi pedido nenhum sigilo, a minha resolução imediata foi divulgar o encontro nos microfones da Rádio Central na quinta-feira (02). Fui embora do estúdio e algo passou a martelar a cabeça: se tudo aquilo que seria discutido e exposto para este jornalista é de interesse da comunidade pontepretana, por que só eu deveria ter acesso?
Qual justificativa? Afinal de contas, sou jornalista e comentarista esportivo, basicamente um operário da notícia. Não sou chefe de equipe esportiva e nem diretor geral de emissora ou jornal. Não sou representante institucional de nenhuma entidade. Este Só Dérbi tem uma gestão compartilhada e coletiva, o que obrigaria a presença dos integrantes. Como isto é impossível, a decisão foi de que a conversa poderá acontecer mas sob outras características: com meus companheiros de trabalho e que possa ser acompanhada pelos torcedores. Afinal, são eles que sustentam meu trabalho.
Estou aberto às tendências e opiniões situadas nos clubes de Campinas. Situação e oposição. O Só Dérbi é um portal que trata de dois patrimônios públicos de Campinas. A Rádio Central é uma concessão pública. Tudo certo desde que uma regra seja obedecida: as conversas com dirigentes, da minha parte, sempre vão acontecer. Em local público. Com testemunhas. Ou com microfones abertos. Ainda mais neste ano com eleições programadas para os dois clubes.
Os dirigentes que me convidaram para esta conversa são probos, honestos e decentes. Nunca geraram um motivo para desconfiar. Só que um conceito é batido e surrado: prevenir é melhor do que remediar.
(texto de autoria de Elias Aredes Junior)