Existem certas coisas que não vão mudar independente do resultado das eleições na Ponte Preta: a qualidade dos dirigentes. Não vai mudar. Continuará péssima. Especialmente na gestão do futebol. Cansamos de enumerar falhas e mais falhas da gestão de Vanderlei Pereira. Talvez você esteja cansado de saber. Um dirigente que não se comunica com a torcida e conduz a direção mais elitista da história do clube.
Vira as costas para a arquibancada, demonstra falta de ambição e a calculadora tem valor maior do que bola na rede. Infelizmente, na atual direção da Macaca o engravatado parece contar com valor maior do que o operário ou o peão que ama o clube do mesmo jeito. Uma administração burguesa para ser exato. Uma ducha de água fria para quem sonha em levantar um caneco.
Então viveremos novos tempos com a oposição? Sinto dizer ao torcedor da Ponte Preta que é aquela velha máxima: se correr o bicho pega; se ficar o bicho come.
O líder da oposição é Márcio Della Volpe. Carismático, fala fácil, tem como cartão de apresentação o fato de ter sido presidente na campanha da Sul-Americana de 2013, quando o vice-campeonato gerou decepção mas perspectiva de dias melhores. Mas o mesmo Márcio Della Volpe e Miguel Di Ciurcio, se quiserem conquistar corações e mentes do eleitorado têm a necessidade urgente de responder perguntas essenciais.
Uma mea culpa é urgente em relação a campanha vexatória do Brasileirão de 2013, quando o rebaixamento não foi evitado. Somar 37 pontos em 38 rodadas é ridículo. Também carece de explicações os problemas salariais ocorridos em 2014, durante a Série B e que foi necessário um aporte financeiro do presidente Sérgio Carnielli, para quitar os salários pendentes.
Uma falha de gestão que requer uma explicação pormenorizada aos torcedores. Inclusive do atual presidente pontepretano Vanderlei Pereira, que na época era o diretor financeiro. Como permitiu a situação chegar naquele patamar? Qual o peso de responsabilidade de cada um no episódio? A torcida espera explicações.
As denúncias que culminaram com sua expulsão e inegibilidade por oito anos voltará a tona. As explicações serão convincentes? Se Miguel Di Ciurcio for o candidato da oposição algumas perguntas terão que ser respondidas: qual será a influência de Della Volpe em suas decisões? Como será a gestão no futebol? Os ex-jogadores participarão? E a dívida com Carnielli? Como será paga? Há risco de sufoco financeiro?
A democracia pressupõe liberdade de escolha e livre circulação de ideias. O voto na situação ou na oposição deverão receber idêntico respeito na Macaca. Mas que seja de um lado ou de outro a ser escolhido, que todos tenham consciência daquilo que estão colocando na principal cadeira do estádio Moisés Lucarelli.
(análise feita por Elias Aredes Junior)