Guarani: até quando a mediocridade será premiada?

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Leio nas redes sociais o competente e experiente técnico José Luis Carbone destrinchar a pontuação do Guarani na Série A-2 do Campeonato Paulista. Fez dois jogos no Brinco e dois na condição de visitante. Como a conta básica é vencer em casa e empatar fora, o ideal seria o Alviverde estar com oito pontos. Está com sete. Boa campanha? Entendo a posição de Carbone, mas no atual formato, a classificação tem que vir acompanhada de desempenho. Motivo: só quatro equipes conseguirão a classificação e só duas vão saborear o acesso. Ou seja, um mínimo de futebol deverá aparecer no aspecto tático e técnico. No atual estágio, a mediocridade bugrina está sendo premiada pelo destino.

Sem pairar dúvidas, pego um dos significados da palavra medíocre presente no dicionário Houaiss: “(…)diz se de ou uma pessoa pouco capaz, sem qualquer talento que, de modo geral, fica aquém das outras ou que, num dado campo de atividades não consegue ultrapassar ou mesmo atingir a média (…)”.

Apesar dos sete pontos acumulados, em nenhum momento o Guarani convenceu. Em poucos instantes deu mostras de uma filosofia de jogo, uma maneira de jogar. Ney da Matta veio do Boa Esporte com fórmula pronta. Ou seja, um time forte fisicamente, calcado na velocidade, que tivesse uma compactação rápida e destemida e com rotatividade de posições.

O desempenho medíocre tem um ponto em destaque: a utilização de Fumagalli. O técnico bugrino não sabe o que fazer. Contra o Oeste colocou o camisa 10 como armador. Na derrota para o Bragantino, montou parceria de ataque com Renato Henrique e segundo volante em vários minutos contra o São Caetano. O ápice da confusão surgiu diante do Rio Preto, quando a etapa inicial virou o samba do crioulo doido. Fumagalli esteve em todas as posições e não produziu quase nada, assim como seus companheiros.

Como a vitória diante do Rio Preto aconteceu? Primeiro por um vacilo do goleiro aproveitado por Marcinho e depois por um rebote que caiu nos pés de Diego Jussani. Jogada construída? Marcação compacta quando ocorre a perda da posse de bola? Esqueça. A limitação do Rio Preto falou mais alto. Duro acreditar em sorte como hospedeira contínua.

Aos trancos e barrancos, a classificação pode até acontecer. Afinal, o Guarani tem individualidades com poder de fogo. E nas semifinais? Como ultrapassar oponentes certamente preparados e disciplinados taticamente?

Não há tempo a perder. O Guarani ainda continua um catado. Precisa retornar ao início de trabalho e virar um time. Antes que seja tarde demais.

(análise feita por Elias Aredes Junior)