Focado na busca do acesso na Série A-2 do Campeonato Paulista, o Guarani começa a dividir suas atenções com a segundona nacional, marcada para maio. Uma noticia publicada no portal ESPN nesta semana deveria servir de alerta não só aos atuais gestores do futebol, como aos concorrentes das eleições programadas para o dia 15 de março.
A mudança na distribuição de cotas de transmissão sobre a responsabilidade da Rede Globo exigirá um esforço administrativo extra.
Por que?
Em primeiro lugar, pela forma de distribuição. Agora, além do Guarani enfrentar um Internacional com direito a R$ 60 milhões e o Goiás com R$ 35 milhões, equipes que caíram da Série A para a B terão um acréscimo de recursos na conta prevista anteriormente, de R$ 5,2 milhões.
Tal alteração aconteceu porque agora a conta será de 60% iguais para todos e 40% com base no desempenho da temporada passada. Uma observação deve ser feita: ao fazer a soma, 18 equipes vão levar R$ 93,4 milhões para disputar a segundona enquanto somente Internacional e Goias ficarão com R$ 95 milhões.
Tanto Guarani como ABC, Juventude e Boa Esporte vão ganhar R$ 4,1 milhões. É um bom dinheiro? Sim. Mas representará a menor quantia em relação aos concorrentes.
Pegue tal exposição e coloque como “tempero” bem amargo o fato de que o Guarani deverá ter uma parte deste dinheiro bloqueado devido a questões judiciais. Ou seja, a nova distribuição estabelece que, em um primeiro momento a luta do Guarani, sob o ponto de vista financeiro, não é pelo acesso á divisão de elite e sim pela permanência a qualquer preço, para que no ano seguinte seja obtido um dinheiro excedente e melhorias sejam viabilizadas.
Não estamos falando de futuro. O tratamento prioridade é a atualidade. O que fazer? A torcida pode não gostar mas o técnico Mauricio Barbieri terá que fazer o possível e o impossível para construir uma base competitiva já na Série A-2 e fazer contratações apenas indispensáveis.
Pense em um fracasso do Alviverde nesta parte inicial da temporada. Imagine a frustração e a conclusão dos gestores de que será preciso remontar o time em tempo recorde e com atletas de qualidade. Como operar tal estratégia e ser competitivo no mercado da bola se o Guarani, em termos financeiros, chegará em condições desiguais em relação aos concorrentes? Conclusão: para o Guarani, a Série B não será iniciada em maio. Começa agora. E a margem para erros é bem estreita. Senão, a decepção ficará bem palpável.
(análise feita por Elias Aredes Junior)
VEJA A NOVA DISTRIBUIÇÃO DE COTAS DE TELEVISÃO NA SÉRIE B
Internacional: R$ 60 milhões
Goiás: R$ 35 milhões
Figueirense: R$ 6,4 milhões
Santa Cruz: R$ 6,2 milhões
América-MG: R$ 6 milhões.
Náutico:R$ 5,8 milhões
Londrina: R$ 5,6 milhões
CRB: R$ 5,4 milhões
Brasil de Pelotas, Criciúma, Luverdense, Paysandu, Vila Nova, Paraná, Ceará e Oeste: R$ 5,2 milhões
Boa Esporte, Guarani, ABC e Juventude: R$ 4,1 milhões.
Total: R$ 188,4 milhões
Fonte: ESPN.com.br