Não há como criticar a posição da Ponte Preta em valorizar a mulher. Boas sacadas surgiram. A promoção feita pela diretoria de colocar o ingresso a R$ 10 para o jogo contra o Novorizontino é uma chance de encher as arquibancadas e de quebra inibir atitudes de violência, pois pesquisas mostram que a violência nos estádios tem o sexo masculino como protagonista.
Seria de bom tom até planejar planos especiais de Sócio Torcedor especificamente as torcedoras e vou mais longe: um valor diferenciado para quem se cadastrar e tiver uma filha, sobrinha ou neta como dependente.
A estratégia seria uma chance de atrair o público feminino acoplado a luta contra o machismo e o assédio dentro dos estádios. Plano incrementado com a criação de um time de futebol feminino. Obrigatório por causa da legislação do Prófut, a participação no Campeonato Brasileiro da categoria também pode servir de estopim e incentivo para mais investimentos.
Por incrível que pareça não há necessidade de somas vultosas. O Juventus da Mooca, por exemplo, de acordo com reportagem da ESPN, paga ajuda de custo às meninas integrantes do elenco. O lastro financeiro da Macaca é bem maior. Dá para avançar.
O passo definitivo poderia ser dado no final do ano com a realização das eleições. Situação e oposição já estão em processo de articulação. Seria de bom tom que ambas as chapas procurassem mulheres para integrar a diretoria executiva. Mulheres no centro do poder de um clube famoso por combater o racismo desde os seus primórdios. Não, a realização de palestras ocasionais não resolve. Ações diretas e concretas é que fazem a diferença
A diretoria da Alvinegra campineira, mesmo que de modo obrigatório, já deu o passo inicial. Só falta um pouco de boa vontade para sacramentar esse golaço de igualdade e cidadania.
(análise, texto e reportagem de Elias Aredes Junior)