Sete acertos que levaram a Ponte Preta a decisão do Paulistão

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O jogador Mina, da SE Palmeiras, disputa bola com o jogador da AA Ponte Preta, durante partida de volta, válida pela semi final, do Campeonato Paulista, Série A1, na Arena Allianz Parque.

Nada acontece por acaso. Em esporte de alto rendimento, as escolhas corretas pavimentam o caminho ao olimpo. A Ponte Preta não foge ao estereótipo. Conta as horas para decidir o Campeonato Paulista contra o Corinthians, no domingo, às 16 horas e celebra acertos suficientes para encobrir erros e equívocos. Podemos enumerar sete tópicos e com capacidade para viabilizar o tão sonhado título. Não custa recordar:

1-) Mudança na defesa: Fábio Ferreira cometia um erro atrás do outro e o ápice ocorreu na goleada sofrida diante do São Paulo. Marlon e Yago foram escalados e a estabilidade deu as caras. Dois atletas com boa noção de cobertura e eficientes no jogo áereo. A missão de quem substituir Marllon é transmitir a sensação de que a formação titular não é insubstituível. Não será fácil.

2-)William Pottker- Com nove gols anotados no Paulistão, o artilheiro é letal. Suas jogadas rápidas fizeram diferença desde a primeira rodada. Registre-se sua maturidade para administrar o assédio do Corinthians. Com o fechamento do negócio com o Internacional a atitude nunca mudou. Nunca tirou o pé. Sem acelerado. Vai fazer falta.

3-) O crescimento de Clayson- Esqueçam as distrações em jogadas emblemáticas. Ou a irregularidade exibida no último Campeonato Brasileiro. Confiante e mais consciente das suas atribuições táticas, hoje é fundamental no trabalho de transição, ou seja, de levar a bola ao ataque em situação de pressão adversária e quando existe a retomada da bola. A ambição corinthiana por seu futebol não é por acaso.

4-) Fernando Bob, o maestro- João Victor nunca decepcionou. Volante voluntarioso e atento na marcação era homem de confiança do ex-técnico Eduardo Baptista e não perdeu a condição no começo de 2017. Teve uma lesão e vários passaram. Mas o repatriamento de Bob junto ao Colorado elevou o padrão de acerto de passe do meio-campo pontepretano. Cirúrgico em lançamentos longos, o atleta trouxe uma nova dinâmica.

5-) O bom rendimento dos garotos das categorias de base- Jeferson estava mal na lateral-esquerda. Improviso total. Foi acionado no lado direito a partir das semifinais contra o Palmeiras. Não falhou e ainda fez gol. Diante do São Bento, o centroavante Yuri entrou e balançou as redes. Reynaldo, por sua vez, entrou na fogueira ao ser improvisado como lateral-esquerdo após a lesão Artur. Não decepcionou. Um alento em tempos de escassez de recursos para grandes contratações.

6-) A disciplina tática de Lucca – Quando foi anunciado seu empréstimo, o jogador vinculado ao Corinthians gerou expectativa de gols. Não decepcionou. Fez sete gols e teve participação fundamental nas jogadas de bola parada. O que poucos percebem é a sua luta e disposição para auxiliar a marcação pelo lado esquerdo, especialmente nestes tempos de improviso. Pense que em poucas semanas, a Macaca teve que encarar atletas do quilate de Roger Guedes, Borja, Guerra, Lucas Lima, entre outros. Sua entregue ao jogo coletivo não pode ser desprezado.

7-) O fator Gilson Kleina- Com Felipe Moreira, a ligação direta era a estratégia. Única. Com João Brigatti, o discurso motivacional bastava. Gilson Kleina ressurgiu e fez o básico. Conhecedor das limitações técnicas da equipe, tratou de retirar momentaneamente um armador dos titulares e apostar em três volantes e no encurtamento das linhas de quatro jogadores. Ao mesmo tempo, montou um contra-ataque com o foco de utilizar a velocidade e a capacidade de projeção dos atletas. Junto com um discurso de fé e determinação conquistou a boleirada. Para completar, soube como poucos utilizar o regulamento. Chegou a decisão. Pode fazer a história. Junto com atletas determinados e focados, pode fazer história.

(análise feita por Elias Aredes Junior)