Análise: com Nei Pandolfo, o Guarani vai mudar de patamar? Qual é a estratégia?

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No início do ano, o Guarani tinha um plano claro: subir á Série A-1 do Campeonato Paulista e viabilizar a manutenção na segundona nacional. Tudo isso embasado por uma estrutura formada por profissionais sedentos por um lugar ao sol no mercado. Primeiro Ney da Matta e depois Maurício Barbieri. No comando da estrutura, Marcus Vinícius Beck Lima, outrora braço direito de Rodrigo Pastana.

Em menos de quatro meses tudo mudou. O sinal inicial foi dado com a chegada de Oswaldo Alvarez, o Vadão. Experiente, consagrado no clube, tinha um perfil oposto ao do antecessor e apesar das limitações quase levou sua equipe as semifinais da Série A-2. Com a chegada de Nei Pandolfo, o patamar muda de posição. Ex-jogador do próprio Guarani e Bragantino, o ex-zagueiro especializou-se na gestão do futebol e tem o respaldo de bons resultados e especialmente com o Santos. Ganhou respaldo do ex-diretor de futebol bugrino Cláudio Corrente e do ex-treinador e agora comentarista Muricy Ramalho, com quem trabalhou no Santos. Com a biruta tão virada, é o caso de se perguntar: o que pretende o Guarani?

A pergunta não é descabida pelo perfil dos profissionais  contratados. Não estão acostumados a montarem equipes coadjuvantes. Não tem contato com o perfil de jogadores que perambulam na Série B incumbidos de buscarem  46 pontos e produzir alivio com a chegada do Natal. Nada disso.

Se o gabarito destes profissionais traz tranquilidade por outro ficamos com a sensação de que o Guarani contratou um piloto de ponta de Fórmula 1 e lhe dará um carro em condições precárias. Ainda não há notícia de que o Guarani construirá um Centro de Treinamento com modernas instalações, vários campos de futebol e alojamentos para atletas profissionais e amadores. Nem há especulações de que o departamento de fisiologia e os responsáveis pelo departamento médico terão a sua disposição equipamentos de última geração e que viabilizam a recuperação do atleta em tempo curto.

No mundo ideal, tanto Vadão como Nei Pandolfo deveriam ser respaldados pelo presidente do Conselho de Administração, Palmeron Mendes Filho. Sua missão é assegurar que o time da Série B terá salários em dia, estrutura decente e verba suficiente para pagar as premiações que o time merece. Por enquanto, o novo presidente não pode efetuar tal promessa e nem a agremiação oferece a conjuntura adequada. Ou seja, dá para dizer que tanto Vadão como Nei Pandolfo vão saltar do abismo e vão rezar para que a rede de proteção esteja no final do projeto. Caso contrário, tanto eles como a torcida vão sofrer. Que a surpresa e o inesperado quebre a expectativa nebulosa no Brinco de Ouro.

(análise feita por Elias Aredes Junior)