No funcionamento normal do futebol brasileiro, o procedimento é que as equipes tenham perda sistemática de jovens jogadores. O futebol do exterior aparece com volúpia, oferece um caminhão de dinheiro e a promessa busca novos ares. Nem o Flamengo escapa dessa realidade. Ou alguém considera que Renier e Vinicius Junior foram embora do Ninho do Urubu com perfil de veteranos?
Na Ponte Preta temos uma exceção: o goleiro Ivan. Teve sua oportunidade inicial no Paulistão de 2018, logo após a dispensa do goleiro Aranha. Virou rotina que ele fosse o melhor em campo. Perdemos as contas das vezes que o arqueiro era poupado pela torcida enquanto que os jogadores eram colocados na fornalha das redes sociais.
Disputou duas edições da Série B enquanto que foi convocado para a Seleção Sub-23 que disputou o Torneio de Toulon e ousou recusar uma proposta do futebol português. Como prêmio, teve a convocação para a Seleção Brasileira. E sempre teve orgulho de ostentar a camisa da Macaca.
Na derrota para o São Paulo, Ivan operou defesas sequenciais e algumas de alta complexidade e sob os olhares do preparador de goleiros da Seleção Brasileiro, Claudio Taffarel.
Evidente que Ivan é profissional. Pensa na sua família e no futuro. E tem que ser assim. Normal. Só que ninguém pode acusar Ivan de mercenário. De ter pego a primeira proposta. O arqueiro defende a Macaca em uma fase difícil e sempre dá conta do recado. Ou vai além disso.
Agora, o que a diretoria lhe ofereceu? Times limitados, bagunça política, troca constante de treinadores e ausência de melhoria de infra-estrutura.
Todos os dirigentes devem um pedido de desculpas ao arqueiro. Nem ele e a torcida mereciam sofrer tanto.
(Elias Aredes Junior)