A torcida do Guarani comemorou a renovação do armador Fumagalli. Aos 39 anos o experiente jogador é a arma bugrina para brigar por acesso na Série A-2 e pela manutenção na segundona nacional.
Levantamento realizado por este jornalista e integrante do Só Dérbi comprova que sua participação foi fundamental para melhoria de produtividade nos dois últimos anos.
Quando chegou ao Brinco em 2012, o armador fez nove gols no Paulistão mas fez dois gols na Série B e Copa do Brasil. Resultado: rebaixamento no segundo semestre. No balanço do ano, dos 74 gols, Fumagalli fez 11 ou 14,86% do total.
No ano seguinte, Fumagalli sentiu os efeitos dos times limitados montados pela diretoria comandada por Álvaro Negrão e fez 4 gols em 36 gols anotados pelo Alviverde, um total de 11,11% do total. Detalhe: o jogador ficou em parte da temporada no Santa Cruz –PA, o que lhe tirou possibilidade de participar de mais jogos.
Em ano de Copa do Mundo, o Guarani ficou no meio do caminho na Série A-2 do Paulistão e fracassou na terceirona. Fumagalli decepcionou com 8 gols anotados dos 37 feitos pelo Alviverde, um total de 21,62% do total.
Nas últimas duas temporadas, o quadro mudou. Nos 37 jogos disputados, o Guarani anotou 43 gols e Fumagalli foi responsável por 15 gols, um total de 34,88% do total. Neste ano, o acesso na terceirona passou pela eficiência de Fumagalli. No total, o Guarani anotou 57 gols e 15 gols ficaram com a autoria do camisa 10 bugrino ou 26,31% do total.
A reflexão é detonada de modo automático. Os números desmentem um conceito espalhado: que Fumagalli era decisivo independente do planejamento. Não é bem assim. Quando o trabalho foi realizado de maneira atrapalhada, sem planejamento e com jogadores limitados, Fumagalli não brilhou.
Neste ano, com dois técnicos efetivos – Pintado e Marcelo Chamusca- o Guarani teve algo próximo do normal em termos de filosofia de jogo e com jogadores de qualidade, até oriundos das categorias de base. Como esquecer as atuações do volante Wesley na terceirona?
Ou seja: antes de querer contar com o talento de Fumagalli, o Guarani precisa formar um time com atletas confiáveis e um esquema de jogo sob a responsabilidade de Ney da Matta. A partir daí, o talento do camisa 10 bugrino surgirá de modo natural.
(texto, reportagem e análise de Elias Aredes Junior)