A chegada de Apodi para defender a Ponte Preta em 2020 traz uma série de significados e que ainda não foram compreendidos por quem acompanha os corredores do estádio Moisés Lucarelli.
Apesar de ter defendido na Série A equipes que lutam contra o rebaixamento, é óbvio que o lateral-direito é uma grife do médio clero do futebol. Ao contratá-lo, a Macaca sinaliza que vai brigar pelo acesso. Não será coadjuvante na Série B. Se fosse lutar por uma campanha de manutenção, Apodi passaria longe do Majestoso.
Outro significado é em relação a parte econômica. O atleta de 33 anos não é um jogador que receba um salário modesto. Por seu curriculo, não aceitaria jogar por menos de R$ 100 mil mensais.
Eu, cronista esportivo, se estivesse na função de dirigente, jamais pagaria um salário exorbitante para um atleta que tem apenas força e a velocidade como requisitos.
Ao contratá-lo a Macaca sinaliza que aceita o jogo do mercado e os seus preços exorbitantes. É certo? Errado? Não entraria nessa roda viva. Preferia pesquisar os mercados fora da órbita da mídia e assim descobrir novos talentos. Se a cúpula do futebol decidiu aceitar as regras do mercado, que o tempo lhe dê razão. Caso contrário, as cobranças serão fortíssimas.
A terceira lição é que realmente Gilson Kleina acompanha a montagem da equipe. As características de Apodi e de Mateus Anderson estão encaixadas na filosofia do treinador de contar com atletas de velocidade e possam executar a transição de modo rápido. Agora, fica a pergunta: se o técnico interfere tão diretamente nas aquisições, o que justifica seu contrato ser válido até abril? Se eles confiam tanto em Kleina, porque a renovação não foi executada até dezembro?
O que importa é que Apodi é o símbolo de uma nova postura da Macaca no mercado. Veremos se dará certo.
(Elias Aredes Junior)