Não precisamos enumerar os problemas vividos pela Ponte Preta antes de entrar em campo para encarar o principal rival na quarta-feira, às 21 horas, no estádio Moisés Lucarelli. O elenco não é confiável, demonstra baixa qualidade e o treinador é contestado as 24 horas do dia.
Não há como construir confiança em qualquer equipe. Impossível.
A Macaca tem duas tarefas. A primeira é agarrar-se ao imponderável. Em condições normais, suas possibilidades não são enormes. Pelo contrário. A Macaca precisa, antes de tudo, vencer os seus próprios fantasmas.
Qual o caminho? O primeiro é adotar uma estratégia adequada. O time toma gols? Não segura resultado? Fábio Moreno deveria abrir mão de qualquer iniciativa de propor o jogo. Apostar nas suas virtudes e no surgimento da debilidade do oponente.
O atacante Moisés é peça chave. Sua velocidade pelo lado esquerdo pode ser um tormento para o lateral direito bugrino, seja Eder Sciola, Matheus Ludke ou Pablo. Camilo, por sua vez, precisa fazer a junção da técnica e da produtividade com a dedicação que já oferece no gramado.
O trabalho de mentalização e na parte emocional não pode ser ignorada.
Se tivéssemos a presença de público, diria sem medo de errar que o confronto seria equilibrado porque uma suposta limitação pontepretana seria compensada pelas arquibancadas.
Hoje, o cenário não é esse.
Se quiser vencer e cravar mais uma marca no derbi, a Ponte Preta teria que competir. Encarar a superação como norma de vida. E entender que deverá fazer mais com pouco. Modelo: o Cruzeiro, que com uma postura humilde e disciplinada, venceu o milionário Atlético Mineiro.
Existe um caminho. Ele é viável. Mas sem vencer e ultrapassar suas próprias barreiras, a Ponte Preta pode deixar escapar algo factível. A hora é de superação. Para não chorar depois.
(Elias Aredes Junior)