Após perder por 2 a 1 para o Bragantino o torcedor do Guarani deve estar com a seguinte preocupação: já é para encontrar-se preocupado na segunda rodada da Série A-2? Infelizmente a resposta é sim. São apenas quatro classificados, seis rebaixados e a performance precisa beirar a perfeição. Isso se o acesso for prioridade.
O time tem virtudes. Obediente taticamente. Em cada movimento percebe-se o dedo do técnico Ney da Matta. Nos minutos detalhes. Inclusive na admissão de certas limitações. Exemplo prático: Diego Jussani não é o homem de combate. Fica na sobra e por vezes dentro da área. Por que? Não tem velocidade. Alguém tem dúvida de que é a percepção do treinador? Pois é. Duro é constatar a qualidade do material humano disponível em outros setores.
O lado esquerdo preocupa. Gilton é limitado para marcar como para fazer o trabalho de desafogo. Quando sai por esse lado, invariavelmente o Guarani perde a posse de bola e proporciona o contra-ataque. Dênis Neves seria a solução? Não. Sua condição física é precária. Tanto que com 35 minutos da etapa inicial arquitetava sinais de fadiga e cansaço. Não retornava e deixava Gilton vendido na jogada. O atacante adversário ficava mano a mano com Diego Jussani e o perigo era eminente.
Coloque neste tempero a presença de Lenon, com dificuldades para impedir Anderson Ligeiro. Por que? Simples: os volantes Escobar e Auremir estavam sobrecarregados, Fumagalli não tem (e nem pode) apresentar o fôlego necessário para voltar e auxiliar na marcação e tanto Renato Henrique como Braian Samúdio pareciam perdidos na execução das tarefas, especialmente na etapa inicial. Sem contar a fragilidade ofensiva demonstrada.
Tem solução? Enquanto Bruno Nazário e Eliandro não estiverem a disposição para o técnico Ney da Matta, o melhor seria adotar uma estratégia de emergência. Montar um time com três volantes, sendo formado por Auremir, Escobar e Hernani, que entrou bem. Com isso, a liberdade seria concedida para Fumagalli acionar o setor ofensivo. Pode dar errado? Com uma boa marcação adversário, o risco existe e não pode ser desprezado.
O que não dá é ficar de braços cruzados ou adotar uma postura de distanciamento como o violinista de um titanic prestes a afundar. A Série A-2 pede postura e discernimento, qualidades já detectadas em Ney da Matta. Ainda bem.
(análise feita por Elias Aredes Junior)