Análise: Carnielli quer utilizar Tiãozinho para domesticar o Só Dérbi e seus componentes? Fracasso retumbante à vista!

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Final de ano e o ritmo de trabalho está em banho-maria. Reservo forças para a virada do ano e prometi de frente ao espelho que só falaria e analisaria futebol em caso de emergência. Promessa quebrada a partir de um telefonema de uma fonte no final da tarde desta quinta-feira.

Assunto indigesto: queria saber se havia possibilidade de “amansar” para cima da nova diretoria da Ponte Preta em virtude do próximo vice-presidente, Sebastião Arcanjo, ter sido vereador e deputado estadual e pelo fato de eu ter trabalhado para ele de janeiro de 2001 a setembro de 2002 como assessor de imprensa. Mais: o interlocutor assegurou que o presidente de honra Sérgio Carnielli tem verdadeira ojeriza a minha pessoa e que incumbiu Tiãozinho de me “amansar” em virtude desta pretensa proximidade. Patético. Ridículo.

Queria avisar ao glorioso presidente de honra Sérgio Carnielli que, se tal missão for encaminhada a Tiãozinho, o fracasso será certeiro. Em primeiro lugar, porque considero que o presidente de honra, cuja trajetória eu respeito, não é dono do mundo. Seu dinheiro – conquistado com méritos – não pode comprar conceitos imperiosos como honestidade, idoneidade e retidão. Utilizar dirigente para manipular ou amansar jornalista ou determinado veículo de comunicação é um sinal claro de que, infelizmente, o apreço pela democracia passa longe do Moisés Lucarelli.

Ah, mas o Elias Aredes em sua trajetória profissional pega no pé do Sérgio Carnielli. É injusto. Que tal invertermos o papo? Que tal a gente revelar que nos últimos anos assim como bagre ensaboado Carnielli providencialmente sempre tirou o corpo fora pelos fracassos da Macaca dentro dos gramados? Ou alguém considera normal um time ficar de 2007 a 2011 na segunda divisão nacional? E os rebaixamentos em 2013 e 2017? Ele não tem culpa nenhuma, zero? Mais: que dificuldade é essa de aceitar a critica, a reflexão sobre um pretenso fracasso? Só pode receber aplausos e elogios? Deveria entender que só cumpro meu dever.

Sinto lhe dizer Sérgio Carnielli que utilizar um dirigente para amansar o meu espirito crítico e os componentes do Só Dérbi está fadado ao fracasso. E por um motivo particular e pessoal que só eu e seu futuro vice-presidente sabemos. Não odeio ou tenho remorso, mas trabalhar com ele me deixou cicatrizes que até hoje perduram no aspecto psíquico e emocional. Se uma pessoa me abalou tanto no aspecto emocional porque agora iria lhe estender o tapete vermelho? Não tenho dom para auto comiseração. Ou sofrimento involuntário. Detalhe: não nego que sempre os contatos são cavalheiros e solícitos. Eu pergunto e ele responde de modo educado, como faz qualquer político. Mas daí a dizer que isso vai se converter em jornalismo chapa branca é de um absurdo sem tamanho.

Alguns podem alegar que este texto é até pessoal em excesso. Ou que esse tipo de boato ou especulação não deveria ser abordado. Errado. O futebol de Campinas está nesta lama, neste lodo, porque por anos e anos não tivemos o cuidado de escancarar o relacionamento entre jornalistas, fontes, fossem jogadores ou dirigentes. Que deve ser respeitoso, sim, mas jamais resvalar para o oba, oba, a alienação inconsequente. Nunca.

Para terminar, conto uma história pessoal. No dia 11 de setembro de 2011, eu vivenciei um dos dias mais tristes da minha vida: o falecimento do meu pai, Elias Aredes (eu sou Júnior). Em dado momento do velório, um senhor caminhava com dificuldade em minha direção. Trazia em sua mão esquerda um papel com desenhos do meu pai, um dos vários que fazia para falar da sua paixão pelo futebol. Ele disse. “Olha, o seu pai foi uma das pessoas mais honestas que conheci. Nunca esteve envolvido em falcatruas ou mutretas. Limpo, correto. Por favor, carregue este legado”.

Sérgio Carnielli, com todo o respeito eu lhe digo: o que meu pai me ensinou vale muito, mas muito mais do que interesses fúteis e descartáveis de homens ávidos por poder. E que precisam aprender, na teoria e na prática, o que é viver em uma sociedade com liberdade de expressão e de pensamento.

(Texto de Elias Aredes Junior – Coordenador e responsável pelo portal Só Dérbi – atualizado às 22h16)