Análise: Defeitos e problemas para serem combatidos pelo Guarani nas próximas rodadas

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Nem tudo na vida são flores. A perfeição é um conceito vago e subjetivo. No futebol, não é diferente. O Guarani venceu de goleada o Sertãozinho e muitos alardeiam que Vadão só constrói virtudes. Não é bem assim. Existem problemas a serem consertados nas próximas rodadas.

Um aspecto que chama atenção atende pelo nome de rebote. Ou a segunda bola no lingualar do boleiro. Durante 90 minutos, mesmo com cinco gols na contabilidade, o Guarani foi incapaz de retomar a pelota após um corte de sua zaga na bola parada de defensiva ou criar oportunidade na bola parada ofensiva.

Limitado e previsível, o Sertãozinho incomodou poucas vezes ao aproveitar-se deste expediente. Qual a solução? Na defesa, posicionar Nazário ou Fumagalli mais próximo da meia lua para pegar a rebarba e iniciar a jogada de contra-ataque; sim, eles já apareceram algumas vezes, mas precisa ser algo sistemático, treinado. No setor ofensivo, seria de bom tom Uéderson ficar mais atento neste tipo de estratégia, em virtude do seu chute forte. Não coloco Eliandro nesta missão devido ao seu bom jogo aéreo.

Outro drama do time bugrino está nas laterais. Lenon até tem cacoete para buscar a linha de fundo, mas falta um companheiro mais ligado na partida para explorar a sua aptidão de buscar um cruzamento que pegue o atacante de frente. Uma das poucas falhas de Bruno Nazário é que ele na meia direita busca a diagonal para arquitetar as jogadas e abre mão da ultrapassagem.

Os volantes podem fazer isso? Ok, até concordo como tese. Mas por enquanto (por enquanto!) não senti em Evandro ou Auremir a esperteza para tal missão. No lado esquerdo, nem precisamos esticar o assunto: Gilton é limitadíssimo no setor ofensivo e Denis Neves fraqueja por vezes no aspecto físico. Se ao ministrar os treinamentos Vadão sentir que não há saída, então que se  treine  jogadas para os laterais cruzarem a partir da intermediária e os atacantes surgirem no segundo pau, algo executado com maestria com Oziel no Paulistão de 2012.

Para terminar, o goleiro Leandro Santos. Ninguém nega sua agilidade e presença de espírito para defesas importantes. Impossível ignorar sua afobação em tramas de bola parada defensiva, em que dá o soco para afastar quando até poderia agarrar a bola.

Detalhe: seu corte é feito de modo correto, para o lado. Só continua arriscado se o time enfrentar, por exemplo, um adversário com um bom atacante de referência e que saiba atrapalhar o posicionamento do beque.

Concordo que os itens citados são detalhes perto da gigantesca evolução registrada no Guarani. Mas por vezes, os detalhes é que fazem a diferença. Para bem ou mal.

(análise feita por Elias Aredes Junior)