Análise: nove verdades e um desafio para Ponte Preta em 2017

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O jogador Borja, da SE Palmeiras, disputa bola com o jogador Jeferson, da AA Ponte Preta, durante partida de ida, válida pela semi final, do Campeonato Paulista, Série A1, no Estádio Moisés Lucarelli.

A internet cria ondas e manias. Nas últimas 24 horas, o Facebook foi invadido por uma brincadeira em que cada internauta escreve nove verdades sobre sua vida e uma mentira. Como a inverdade está riscada do jornalismo, vamos enumerar as verdades de 2017 e um desafio para a Ponte Preta. Acompanhe:

1- Os dirigentes apostaram no início do ano em Felipe Moreira. O time não se apresentava bem apesar dos bons resultados. Nos bastidores, os dirigentes reformavam a aposta no treinador. Repudiavam e perseguiam quem vislumbravam os defeitos da equipe. Só que após a desclassificação na Copa do Brasil diante do Cuiabá nos pênaltis nenhum dirigente apareceu na entrevista coletiva após o jogo. No dia seguinte, o filho do ex-jogador Marco Aurélio Moreira foi demitido

2-Por dias e dias, os dirigentes não se entendiam sobre o substituto. Sérgio Carnielli defendia a contratação de Gilson Kleina; nos gabinetes, reuniões e grupos de discussão, Vanderlei Pereira considerava Enderson Moreira a melhor opção; Gustavo Bueno gostava do trabalho de Adilson Baptista e depois teve que descartar após reação negativa da torcida. Ney Franco tinha defensores na direção

3- Com tanta controvérsia, o auxiliar técnico João Brigatti surgiu como tábua de salvação. Estreou e venceu o Ituano e posteriormente o empate por 1 a 1 com o Corinthians o clima conduzia para a efetivação do ex-goleiro. Ou sua estadia até o final do Paulistão. A derrota para o Novorizontino recolocou a contratação do treinador na pauta

4-Em rápida conversa, Gilson Kleina acertou seu retorno. Desligou-se do Goiás, em que tinha resistência da torcida, que comemorou sua saída, mas tinha o respeito dos jogadores e dirigentes.

5-O novo treinador chegou, deixou em segundo plano a escalação de um meia de criação e apostou nos três volantes com a velocidade de Clayson, William Pottker e Lucca.

6-Renato Cajá foi contratado e festejado. Com razão. Está fora de forma e não faz falta no time titular.

7-Enquanto o time voa no gramado, a oposição é esmagada na vida do clube. Não tem permissão para se manifestar nas reuniões do Conselho Deliberativo. Tem dificuldade para emplacar suas ideias e projetos.

8-Marco Antonio Eberlim e Márcio Della Volpe foram os últimos dirigentes formados para o futebol dentro da Ponte Preta. Ambos foram jogados na vala do esquecimento pela diretoria e por parte da imprensa. Receberam acusações? Sim, é verdade. Mas encontraram dificuldades para exercerem o legitimo direito de defesa. É o que se espera de um clube inserido em um país signatário do estado democrático de direito.

9-Gustavo Bueno erra e acerta nas contratações. Acertou ao trazer Pottker e Lucca. Acertou ao repatriar Renato Cajá e Fernando Bob. Teve muitos erros e não tem respaldo para explicá-los. Na hora da cobrança, fica sozinho. Hélio Kazuo, Vanderlei Pereira, Giovanni Di Marzio, Sérgio Carnielli? Todos somem e nunca aparecem rotineiramente para entrevistas coletivas formais e pensam duas vezes antes de serem submetidos a cobranças. A impressão é que Gustavo Bueno está lá para exercer o papel de bode expiatório

10-O desafio será uma parte (parte!) de a torcida entender que o mérito de um possível título da Ponte Preta será de Sérgio Carnielli, que insistiu na chegada de Kleina; de Gustavo Bueno que trouxe alguns dos jogadores. Dos jogadores e da comissão técnica. De mais ninguém. Diretoria deve ser reverenciada porque deixa os salários em dia? Não fazem mais do que a obrigação, essa é a verdade.

(análise feita por Elias Aredes Junior)