Análise Ponte Preta: antes de culpar Gilson Kleina seja sábio. Pare, pense, reflita e constate que o buraco é mais profundo

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A cada resultado decepcionante da Ponte Preta na Série B o treinador de ocasião é crucificado. Todos pensam na troca do comando como a solução de todos os males. Eu quero inverter a lógica de raciocínio. Utilizo o empate com o CRB como parâmetro.

Como culpar o treinador pelo alto índice de erros no gramado? Não é somente nas conclusões a gol. Alguns jogadores não trocam dois ou três passes em sequencia e o posicionamento defensivo é decepcionante. E por vezes até com proximidade entre um jogador e outro.

Vide a postura de Cleylton no gol do time alagoano. Duvido que a comissão técnica não tenha treinado e alertado sobre a bola parada e a eficiência de Diego Torres. Pergunto: qual a culpa do treinador?

O futebol atual exige dinamismo dos volantes. Velocidade. Transição que deixe o armador em boas condições. Questiono: André Luiz, Vini Locatelli, Marcos Junior são capazes de exercerem tais tarefas.

Quando pensamos em equipes vencedoras, bons laterais viram um trunfo precioso. Kevin e Felipe Albuquerque cumprem as funções de marcação de maneira decente. Mas atacam com qualidade? Agridem o adversário em instantes emblemáticos?

Detalhe: o treinador recebeu esses jogadores. Poderia tirar mais? Não sei. Atletas de nota 03, podem chegar no máximo a 5. Nivel mediano. É o que dá para fazer. Já foi feito.

A Ponte Preta poderia ser mais ousada, criativa e ofensiva.

Até concordo.

Só que não dá colocar um Uno Mille no Indianapolis Motors Speedway e achar que o piloto vai vencer as 500 milhas contra a Penske e outras equipes renomadas. Não peça para Gilson Kleina ser um Hélio Castro Neves. Cobre e exija do dono da equipe, que pensou em disputar um racha e considerou que colocar uma gasolina envenenada bastaria.

(Elias Aredes Junior com foto de Ailton Cruz/Gazeta de Alagoas)