Análise Ponte Preta: escolhas e caminhos (equivocados!) que levaram a Ponte Preta ao atual quadro dramático

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A péssima campanha da Ponte Preta no Campeonato Paulista está encabeçada por dois nomes: o presidente Marco Antônio Eberlin e o coordenador de futebol Luis Fabiano. Se eles são os responsáveis por terem montado o atual elenco de futebol profissional, evidente que isso não pode ser ignorado na hora de analisar os resultados.

Infelizmente os resultados são desfavoráveis na hora da análise. Perder de 5 a 0 para o Corinthians não é causa e sim consequência de uma série de medidas adversas.

Em termos de gestão cito duas medidas que indiretamente colaboraram para o atual estado reinante no estádio Moisés Lucarelli.

A primeira foi a manutenção do técnico Gilson Kleina.

Quando chegou o final da Série B, todos sabiam que o potencial da equipe já tinha chegado ao máximo com Kleina. Não existia espaço para tirar algo mais. E mais: a maioria das jogadas de gol saiam dos pés de Moisés. Que uma hora ou outra seria vendido. Assim como o goleiro Ivan, que já estava na mira do mercado.

O que fazer? Contratar um novo técnico não só para formatar uma nova metodologia de jogo, auxiliar nas contratações como também se preparar para este novo momento.

A Ponte Preta tinha dividas com Gilson Kleina? Isso dificultava uma possível saída?

Nada que o diálogo não resolvesse. No final, Kleina ficou por oito jogos no Paulistão, somou sete pontos e comprometeu o planejamento.

Planejamento que, aliás, deveria ser feito por um Executivo de Futebol. Muitas pessoas na atual diretoria não gostam da figura do executivo. Peço desculpa aos resistentes, mas é algo necessário.

Faça como eu e pegue em sites sérios e independentes para detectar a importância de um executivo.

No Administradores.com verifiquei as seguintes funções direcionadas aos executivos de futebol: “representar o Clube junto a Entidades Esportivas; organizar; coordenar e supervisionar todas as atividades do clube relacionadas com o Futebol; observar Atletas para contratação e acompanhar a Delegação em Viagens; supervisionar e gerenciar os processos de vendas, empréstimos e compras de atletas; elaborar o orçamento do Departamento de Futebol; estabelecer relacionamentos comerciais com Agentes de Futebol, para compra e venda de Direitos de Atletas; observar atletas no estrangeiro, visando novas contratações; realizar reuniões periódicas com as Comissões Técnicas; aprovar ou Rejeitar Relatório Mensal de Custos do Setor; analisar e avaliar os Relatórios mensais dos Observadores Técnicos; elaborar política de salários com base no modelo de empresa e normas legais; controlar os direitos de imagem e de Arena; coordenar programa de treinamento para Atletas de alta performance; analisar relatórios da Fisiologia; elaborar programa de premiações e produtividade; estabelecer contatos com a Confederações e Federações para negociar os interesses do Clube com relação aos calendários de torneios e/ou competições”.

Pense e reflita: não são poucas as tarefas a cargo de um executivo de futebol. E pergunto: dá para dizer que qualquer outro integrante de diretoria tem condições de exercer a função de sua pasta e acumular as funções do executivo de futebol? Mais: é para dar conta de tudo, a pessoa precisar encontrar-se preparada com cursos voltados especificamente para a função. Não sou eu que formulei. É o futebol do Século 21 que determinou tal parâmetro.

É o futebol que eu quero? Nada disso. É o futebol como ele é. Quando a gente tenta fugir do futuro, infelizmente (ou felizmente!) ele vai ao nosso encontro. Que o diga a Ponte Preta. Que paga o preço pela teimosia de não abraçar os conceitos do futebol atual.

(Elias Aredes Junior-Foto Divulgação)